Samambaia
Samambaia. Foto: jamilsoni

Na noite de ontem foi lançado o “Livro Vermelho da Flora do Brasil”, publicação do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e organizado pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora/JBRJ), que registrou a relação das espécies de plantas da flora nacional que estão ameaçadas de extinção. De acordo com o Livro, das 4.617 espécies analisadas, as 2.118 plantas, ou 45,9% foram classificadas como ameaçadas de extinção nas categorias Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU), de acordo com critérios da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

O Livro Vermelho relatou que o Cerrado e a Mata Atlântica são os dois biomas em que se verificou maior número de espécies ameaçadas, seguidos da Caatinga e dos Pampas. O grupo das pteridófitas – como as avencas, samambaias, e xaxins – é o que possui o maior número de vegetais que correm risco de desaparecer em breve.

A publicação científica descreve que ponto de vista espacial a grande maioria das espécies ameaçadas se encontram nas regiões de todo o território brasileiro. Dentre os estados, Minas Gerais possui o maior número de espécies em todas as três categorias de risco de extinção (VU, EN e CR). Logo em seguida, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia lideram a lista da flora em risco de extinção.

O Livro Vermelho planejado por Miguel Ávila Moraes e Gustavo Matinelli, ainda informa que o país reúne de 11% a 14% da diversidade de plantas do planeta, com quase 44 mil espécies classificadas e milhares ainda desconhecidas pela ciência. A obra é uma espécie de contribuição da comunidade de pesquisadores especialistas em botânica para a atualização da “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção”, que está sob supervisão do Ministério do Meio Ambiente.

Como foi feita a catalogação das plantas

Para catalogar as plantas, a CNCFlora desenvolveu um sistema de cadastro online no qual uma rede de especialistas, botânicos e biólogos, inseriam as informações sobre as plantas encontradas e as compartilhavam. Já as nomenclaturas das espécies foram baseadas na “Lista de Espécies da Flora do Brasil”.

O projeto científico representa a finalização da primeira fase de um trabalho muito mais extenso, o qual tem como meta avaliar o risco de extinção de todas as espécies conhecidas de plantas brasileiras até 2020. Dessa forma, a versão impressa da obra será atualizada a cada cinco anos, mas a versão online já está disponível para consulta.

Azaléia
Azaléia. Foto: wilsonb