Informações do Gremar, que engloba o Projeto de monitoramento de Praias de Bacia de Santos (PMP-BS), indicam que maior ocorrência de morte são as tartarugas marinhas.
No litoral paulistano, mais especificamente na Baixada Santista, dados dos últimos três anos constataram um aumento expressivo na quantidade de mortes dos animais marinhos decorrentes da ingestão de lixo. Informações do Instituto Gremar, em conjunto com o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), desde setembro de 2015, ao menos 319 animais morreram devido o consumo de lixo na Baixada Santista.
Dentro dos animais encalhados, a espécie marinha tem sido a que mais sofre com morte decorrente da causa. Segundo Rosane Fernanda Farah, bióloga responsável pelo Gremar, o número de óbitos devido a ingestão de lixo tem subido com o passar dos anos, o que tem relação com a elevada concentração de resíduos em alto mar. Apenas em 2016, foram registradas 102 mortes, em 2017, 127 e até maio de 2018 o número era de 23.
Dados constatam que desde setembro de 2015, o total de mortes após resgate ou até tratamento foi de 2.901 animais, sendo que apenas 1.465 deles obtiveram o diagnóstico final determinado. O estágio em que o animal é encontrado é um fator altamente relevante para biopsia, pois grande parte das carcaças são achadas em um grau de decomposição avançado, assim dificultando o resultado final. Dentre os 319 falecidos pela ingestão de lixo, os números oficiais mostram que 267 destes animais eram quelônios, como cágados ou jabutis e tartarugas, mais 47 aves e 5 mamíferos.
Tartarugas marinhas são as mais afetadas
Até maio de 2018, os 23 animais encontrados mortos eram tartarugas marinhas, sobretudo as tartarugas-verdes (Chelonia mydas). “As tartarugas são animais que se alimentam no costão. Não conseguimos relacionar o local de encalhe com as mortes. Porém, nos locais onde há pesca tem muito lixo como linhas, anzol, coisas que o pessoal acaba jogando no mar. Animais já chegaram aqui com a nadadeira amputada por causa de apetrechos de pesca que ficaram enroscados neles”, afirmou a bióloga.
Na tentativa de criar e gerar conscientização no atual cenário, o instituto organizou grupos para fornecer atividades de educação ambiental semanalmente nas escolas com crianças, universitários, empresas, moradores locais e até turistas. A iniciativa é mostrar a importância do uso coerente e descarte correto do lixo.
Umas das ações do projeto é realizar limpeza nas praias da região durante todo o ano. “Isso é o reflexo do que vemos nas praias. A destinação do lixo errada nas praias. Má gestão do lixo por todos nós. Usamos a educação ambiental como uma ferramenta para sensibilizar as pessoas e para cada um fazer a sua parte”, encerra Rosane.