A praia é um excelente local para diversão e férias, sobre isso, não há quem discorde. O que se deve ter em conjunto com esta prazerosa sensação é a consciência da preservação ambiental. Para um simples passeio ou aquele verdadeiro acampamento ao ar livre e à beira-mar, precisamos nos munir de acessórios imprescindíveis como protetor solar, bonés, toalhas e guarda-sol.
Além disso, temos que reter os resíduos do que consumimos em sacolas plásticas ou em qualquer outro recipiente. O importante é que sejamos responsáveis pelo próprio descarte adequado desse lixo, para que não contamine a areia e muito menos a água do mar.
Um grande exemplo de que isso está sendo realmente levado a sério é a punição já em vigor para quem sujar a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O programa Lixo Zero, que adotou essa pena para aqueles que descartarem resíduos no chão, chega à região após multar quase 500 pessoas em apenas uma semana de funcionamento no Centro da cidade. Serão 126 profissionais percorrendo as ruas e a orla da “Princesinha do Mar”, trabalhando de três em três. O trio — formado por um agente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana, Comlurb, um guarda municipal e um PM — poderá penalizar, inclusive, quem jogar lixo na areia da praia. A multa vai de R$ 157 a R$ 3 mil, conforme o tamanho do objeto.
Infelizmente, a situação da capital carioca é um pequeno punhado se comparada a da Ilha do Pacífico, conhecida como o maior depósito de lixo do mundo. São 4 milhões de toneladas de garrafas e embalagens, que foram empurradas para lá pelas correntes marítimas e formam um amontoado com mais de 700 mil quilômetros (duas vezes o estado de São Paulo). É o grande exemplo do quanto precisamos nos conscientizar e evitar a poluição mesmo embaixo d’água.
O lixão do Pacífico é composto, principalmente, por plástico proveniente das costas marítimas e é de difícil detecção, já que os satélites não conseguem captar sua presença, sendo possível avistá-lo somente a partir de embarcações marítimas. Ecologistas e cientistas são os únicos interessados em sanar o problema, uma vez que a área oceânica onde se localiza a “massa plástica” se encontra em águas pouco transitadas pela navegação mercantil e turística.
Em abril deste ano, foi anunciada a segunda tentativa de expedição do explorador francês Patrick Deixonne, que ambiciona dar visibilidade mundial a esta “catástrofe ecológica”, contando com o apoio de um grupo de estudos para trazer imagens e observações científicas.
Nas últimas décadas, consequências diretas da presença de lixo em ambientes marinhos e costeiros foram noticiadas em todo mundo. De forma geral, podemos observar algumas consequências diretas:
• Danos à biota – conjunto de seres vivos de um ecossistema – marinha: peixes, aves, tartarugas, mamíferos marinhos e invertebrados estão entre os animais impactados;
• Introdução de espécies exóticas, através da dispersão de plásticos flutuantes;
• Prejuízos à navegação e às atividades pesqueiras;
• Degradação dos atributos estéticos e da beleza cênica do ambiente;
• Aumento de despesas municipais com limpezas periódicas;
• Dispersão de doenças através da proliferação de roedores e insetos;
• Diminuição das receitas advindas do turismo.
Além destas, diversas consequências indiretas são conhecidas e, em geral, são ainda pouco estudadas inclusive em países desenvolvidos.
• Contaminação da água e da biota marinha através da liberação de contaminantes adsorvidos aos plásticos, causando impactos em nível populacional;
• Redução dos estoques pesqueiros;
• Contaminação de peixes e outros organismos que fazem parte da alimentação humana.