Um levantamento da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) revela que uma em cada quatro espécies de mamíferos corre o risco de desaparecer do planeta.
O levantamento, realizado em mais de cinco anos, é considerado a maior pesquisa já realizada e compilou dados sobre taxonomia, distribuição, hábitat, tendência populacional, ecologia, ameaças, uso humano e medidas de conservação para todas as 5.487 espécies selvagens de mamíferos.
A extinção é um processo natural e lento que acontece para a evolução da espécie. No entanto, a taxa de espécies ameaçadas vem crescendo de forma rápida e considerável nos últimos anos. Dados da IUCN apontam que 29 espécies estão possivelmente extintas, como é o caso do golfinho baiji (Lipotes vexillifer).
Além disso, o estudo apontou que os mamíferos marinhos enfrentam uma situação mais grave, com 36% das espécies ameaçadas de extinção. Dos animais terrestres, 25% das espécies catalogadas correm risco de desaparecimento.
Entre as principais causas para o aumento na taxa de mamíferos em extinção no mundo, estão a pesca desenfreada, exploração dos recursos naturais, mudanças climáticas, superpopulação humana, poluição, desmatamento, queimadas e caça.
Mamíferos em extinção
A extinção de animais é um problema no mundo todo. Os tigres são exemplos das espécies mais ameaçadas – três subespécies já desapareceram, de um total de nove – mas não são os únicos. O mercado de contrabando e caça de presas de elefantes – marfim – mata mais de 20 mil animais da espécie por ano.
Os rinocerontes também vêm desaparecendo. O rinoceronte negro do oeste (Diceros bicornis longipes), que habitava o oeste da África, foi declarado extinto oficialmente, em 2011. As subespécies de rinoceronte branco (Ceratotherium simum cottoni), da África Central, por exemplo, foram classificadas como possivelmente extintas na natureza. O rinoceronte javanês (Rhinoceros sondaicus) também está quase desaparecendo.
Na Ásia, os orangotangos são os grandes ameaçados. Hoje não chega a cinco mil o número de espécies no leste do continente e especialistas afirmam que eles podem desaparecer até o fim desta década.
Na América do Norte, destaque para a Vaquita (Phocoena Sinus), também conhecida como boto-do-pacífico, nativa do Golfo da Califórnia, no México. De acordo com a WWF, entre 40 e 80 animais ficam presos em redes de pesca a cada ano. Estima-se que existam menos de 200 animais dessa espécie.
No Brasil
No Brasil, nenhuma espécie de mamífero está extinta oficialmente, mas o número de animais ameaçados cresce a cada ano, e segundo dados do Instituto Chico Mendes (ICM), o país já soma 69 casos. Só na Amazônia, são 21 espécies de mamíferos em risco, sendo que 11 são primatas.
O caso mais famoso da maior biodiversidade do mundo é o do peixe-boi (Trichechus manatus), o ICM aponta que as maiores ameaças para o animal são a pesca, a caça, o tráfego marinho e a perda do habitat.