iStockphoto.com / Gilitukha Entre os anos de 2001 a 2012, a taxa de desmatamento no país caiu 40%.

A redução no número de desmatamento na Amazônia não é benéfica apenas para o meio ambiente, mas também para a saúde humana. Com a diminuição das queimadas e, consequentemente, das emissões de fumaça, estima-se que nos últimos 10 anos a concentração de aerossóis, além de ozônio, monóxido de carbono, óxido de nitrogênio e outros poluentes atmosféricos tenha sido reduzida em 30%.

Ao que parece, a melhoria na qualidade do ar está interferindo positivamente na saúde das pessoas que moram na região e colaborando para impedir uma morte precoce.

Pelo menos é o que aponta um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com colegas da University of Leeds e da University of Manchester, do Reino Unido, e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos.

De acordo com os pesquisadores, durante o período de 2001 a 2012, a taxa de desmatamento no Brasil diminuiu aproximadamente 40%, atingindo a marca de 22,9 mil km² por ano. Os dados estão disponíveis no “Estudo de propriedades físico-químicas de aerossóis de queimadas e forçante radiativa no experimento SAMBBA – the South American Biomass Burning Analysis”, publicado em setembro na versão on-line da revista Nature Geoscience.

Luta pelo fim do desmatamento acontece há 11 anos

Desde 2004 o Brasil tem conseguido reduções gradativas nas taxas de desmatamento como um todo e, principalmente, das queimadas, grande responsável pela emissão de grandes quantidades de poluentes para a atmosfera. A redução aconteceu graças as várias políticas públicas implantadas e aos projetos que buscavam garantir a saúde da Amazônia e dos biomas em geral.

Impactos na saúde é grande

Com o objetivo de entender de que maneira as emissões de gases poluentes impactam na saúde humana, os pesquisadores calcularam os índices de mortalidade precoce por doenças cardiopulmonares e câncer de pulmão devido à exposição a aerossóis no período de 2002 a 2011. O estudo foi baseado em adultos com mais de 30 anos.

Os dados revelaram que pessoas mais próximas aos focos de queimadas apresentam maior risco, mas a maioria das mortes precoces ocorre fora da Amazônia por causa do transporte de fumaça para regiões mais povoadas.

A partir desses registros, os pesquisadores puderam afirmar que a redução de 40% nas taxas de desmatamento no Brasil está evitando a ocorrência de cerca de 1,7 mil mortes precoces de adultos por ano em toda a América do Sul em razão da diminuição das emissões de fumaça provenientes das queimadas.