“A vida é o que acontece enquanto você faz planos”, grande verdade. Ao planejar a rota pensei que poderia chegar a Patagônia antes dos primeiros sinais do inverno, porém me enganei. Isso significava que eu teria que subir para a América Central e escolher entre ir pelo Brasil ou pelo Chile. E é claro, a terrinha ganhou.
Mato Grosso nos recebeu com muito verde, além de muita água, toneladas de água. Semanas chovendo sem parar. Desde a divisa até Bonito foi um dilúvio, dias sem tirar a capa de chuva. Embora a chuva seja muito boa para o campo, para os moto-turistas não é nada favorável. Dos três dias em que fiquei em Bonito – MS – em nenhum foi possível sair da pousada e visitar as famosas nascentes. A frustração foi enorme, pois sonhava em visitar esses locais há anos. Ainda bem que o hostel estava cheio de mochileiros de diferentes países e as conversas embaixo da chuva, tomando vinho, foram animadas e divertidas.
De um Mato Grosso para o outro: A Chapada dos Guimarães.
A mensagem era clara: a viagem tinha que continuar. O próximo destino era o centro da América do Sul: a Chapada dos Guimarães. A chuva, nossa fiel companheira, nos acompanhou o tempo tudo.
A Chapada dos Guimarães é um lugar poderoso. O famoso Centro Geodésico é um mirante a 7 km da vila. A paisagem do local é digna de cartão postal, um local de tirar o fôlego de qualquer turista. Cuiabá fica à vista, apesar de estar há centenas de quilômetros. Um belo local cuja visita é grátis e onde pode-se relaxar a mente e fazer fotos fantásticas.
Há 30 km do mirante, encontra-se o Recanto Ecológico Lagoa Azul; um autêntico santuário de conservação de mato cerrado. O Recanto é uma fazenda preservada pelo seu proprietário, que escolheu não desmatar nada e proteger as pinturas rupestres e as belas cachoeiras que a propriedade possui. O turismo é a fonte de renda que mantém os custos de manutenção.
Tenho certeza de que a visita, sem uma forte chuva, deve ser ainda mais linda. Mesmo assim, curtimos enormemente as trilhas pelo Cerrado, a Lagoa Azul, a Ponte de Pedra, as cachoeiras… A lista é enorme. Realmente é um passeio inesquecível! O preço para entrar é negociável, sempre que você fugir dos guias locais! Para todos os que perguntamos queriam nos cobrar R$ 150,00 por pessoa, dando um descontinho de até R$ 30,00 por serem simpáticos. No final das contas fomos diretamente à fazenda e pagamos R$ 150,00 para mim e um colega motoqueiro que conheci na pousada no dia anterior.