Toda a formação e a composição da biosfera terrestre é resultado de um processo evolutivo determinado por fatores bióticos a abióticos que associados resultam em diferentes biodiversidades ao longo da crosta terrestre, sendo o clima uma variável fundamental na distribuição da vegetação entre os ecossistemas.
Durante toda a história evolutiva, o planeta terra já passou por diversas mudanças climáticas naturais que transformaram e determinaram novas formas de organização aos ecossistemas já existentes. Atualmente, o planeta vivencia mais uma dessas mudanças climáticas, em que a sua causa está diretamente ligada ao ciclo do carbono e ao efeito estufa.
Contudo, as mudanças climáticas atuais não são derivadas apenas das causas naturais, desde a revolução industrial os níveis de gases na atmosfera, principalmente o C02 (gás carbônico), aumentaram consideravelmente devido à exploração exacerbada dos recursos fósseis e do desmatamento causados pelo homem.
A vida no planeta é possível, pois, gases como o próprio C02 forneceram ao longo dos anos uma camada gasosa que permitia ao planeta segurar parte do calor gerado pelo sol na superfície terrestre, evitando assim o resfriamento do planeta. Porém, os níveis dos últimos 150 anos de gases de efeito estufa estão elevando a temperatura terrestre e causando mudanças climáticas catastróficas que afetam os mais variados ecossistemas.
Consequências do Aquecimento Global
Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudança do Clima), órgão ligado a Organização das Nações Unidas, a temperatura média do planeta previsto nas décadas de 60 e 70 por cientistas de diversas nações cresce em um ritmo de 0,16°C a cada dez anos. Estas singelas alterações são responsáveis pelo:
● Derretimentos das geleiras e consequentemente o aumento no nível dos oceanos que chegam a subir 3,2 milímetros ao ano. Espécies como o Urso Polar Ártico estão ameaçadas de extinção, pois seu habitat natural está derretendo ano a ano. Cidades costeiras em todo o mundo devem desaparecer devido às inundações causadas pelo aumento das marés;
● Aumento da acidez oceânica causada pelos mesmos gases do efeito estufa que são absorvidos em grande quantidade nos oceanos alterando o ecossistema marinho, causando a morte dos recifes de corais;
● Secas, tempestades tropicais, furacões, inundações, ondas de calor e deslizamentos de terra serão mais frequentes, causando a morte de milhares de pessoas, diminuindo a produção agrícola mundial.
O aumento no nível das marés está ocorrendo em um ritmo acelerado, superando as antigas previsões do IPCC, as geleiras estão derretendo de dentro para fora, formando bolsões de ar que aceleram o derretimento.
Aquecimento Global no Brasil
Segundo a WWF Brasil (World Wildlife Fund), organização de conservação ambiental, as emissões de gases de efeito estufa brasileiros (GEE’s) derivadas do desmatamento correspondem à 2/3 do total emitido, que através da queima de materiais orgânicos liberam CO2. Cerca de 2 bilhões de toneladas de CO2 foram emitidos no Brasil no ano de 2005, destes mais de 60% derivados das mudanças de uso de solo para extração de madeira ou uso agropecuário. Os maiores desmatamentos são registrados na Amazônia (67%) e no Cerrado (20%).
A degradação florestal é responsável por 17% dos GEE emitidos no mundo ocorrendo principalmente nas regiões tropicais, já que abrigam boa parte do remanescente florestal do planeta. Estas florestas são desmatadas para a produção agropecuária ou para extração madeireira, que ainda são altamente rentáveis em comparação as atividades de proteção ambiental.
Diante deste cenário, políticas públicas nacionais e internacionais tentam implantar medidas de compensação ambiental para rentabilizar as áreas preservadas, conscientização ambiental e acordos de redução de emissão de gases como o REED (Redução das Emissões Oriundas do Desmatamento e Degradação Ambiental).
O avanço tecnológico no monitoramento das florestas nacionais tem contribuído na preservação florestal brasileira, atualmente o controle é feito via satélite por diversas instituições.