O Arquipélago de São Pedro e São Paulo é uma formação rochosa composta basicamente por cinco pequenas ilhas, situado a uma distância aproximada de 610 quilômetros de Fernando de Noronha. Considerado um dos menores conjuntos de ilhas do mundo, o arquipélago reserva um tesouro ecológico rico e exuberante, escondido nas profundezas do mar, e funciona como um laboratório natural para a realização de pesquisas científicas. Além disso, possui grande importância econômica, já que pertence à rota de espécies migratórias de alto valor comercial, como o atum.
A distância e inospitalidade natural do local – considerando a ocorrência de abalos sísmicos, ausência de vegetação e água doce – dificultam a ocupação. Entretanto, devido ao seu potencial enquanto campo de pesquisa, o arquipélago abriga uma estação científica, ocupada por uma equipe de quatro pesquisadores.
Para tornar o local habitável, foi necessária a criação de uma estrutura autônoma, com um nível máximo de independência do Continente. O projeto da atual estação foi pensado buscando coerência com as peculiaridades do ambiente e aproveitamento de materiais renováveis e duráveis, conferindo sustentabilidade à construção.
Entre os principais pontos do projeto, destacam-se: a racionalização energética pelas soluções arquitetônicas e equipamentos eficientes; obtenção de água potável por osmose reversa; obtenção de energia através de sistema fotovoltaico – que produz eletricidade diretamente dos elétrons liberados pela interação da luz do sol com semicondutores; descarte de lixo orgânico no mar e envio dos materiais inorgânicos para a correta eliminação no Continente; e sistema de comunicações para transmissão de dados e telefonia.
A preocupação com os impactos ambientais também faz parte das diretrizes do projeto. Além da elaboração de relatórios de avaliação de impactos e do gerenciamento sustentável dos recursos, a edificação foi construída de modo que, na eventual necessidade de desmonte, possa ser removida sem deixar vestígios no local.