Contando com 8.400 km de costa marítima e 5.500.000 ha de reservatórios de água doce, o que corresponde a aproximadamente 12% do reservatório do planeta, o Brasil apresenta boas condições para o desenvolvimento da piscicultura. Tudo isso aliado ao clima favorável e o crescente mercado interno criam um belo cenário para investimentos no setor.
Atualmente a piscicultura representa 33,5% da produção de pescado do Brasil. O Ceará é o maior produtor aquícola do país, destacando-se as tilápias e o camarão marinho, já o Rio Grande do Sul ocupa o primeiro lugar na produção de peixes de água doce.
Com a atual desoneração do pescado, fazendo com que fosse incluído na cesta básica, a simplificação do licenciamento ambiental, a unificação das licenças e a centralização do licenciamento no Ibama, o investimento na piscicultura ficou mais atrativo. Além disso, o Plano Safra 2013/2014 disponibiliza R$ 4,1 bilhões para investimentos no setor e o governo federal oferece 0,5% do espelho d’água da União para a produção de pescado.
O mercado piscicultura é amplo e tem grande potencial de crescimento. Somente entre 2005 e 2010 a produção nacional de pescados em cativeiro aumentou 86,3%, chegando a 479 mil toneladas. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil tem condições de produzir, de maneira sustentável, 20 milhões de toneladas por ano de pescado.
Já foram descritas mais de 3.000 espécies de peixes no Brasil. Dentre os alevinos nativos, vários tem um grande potencial para a utilização dentro da piscicultura, como o Dourado, Piau, Pintado, Jaú, Pirarucu, entre outros.
Apesar do grande potencial para criação de peixes, um projeto de piscicultura é necessário na parte da pesquisa, já que faltam muitas informações para possibilitar a implantação de um processo de cultivo de muitas espécies nativas. Trabalhos científicos têm sido gerados, mas geralmente objetivam uma solução de aspectos isolados do cultivo. O necessário é que sejam feitas pesquisas que avaliem o processo completo da produção e procure estabelecer um “pacote tecnológico” que possa dar suporte ao trabalho do piscicultor.