Considerada uma das atividades humanas mais antigas, o extrativismo é a forma mais primitiva de subsistência do homem — que antigamente coletava o que a natureza tinha a oferecer para sua sobrevivência. A principal característica do extrativismo, portanto, é a ausência de interferência humana na coleta, uma vez que o homem retira da natureza apenas o que ela oferece, sem qualquer manejo para a produção ou criação de plantas, minérios e animais.
Porém, esta ação que inicialmente pareceu benéfico para a sobrevivência humana acabou se transformando em um risco para o futuro da humanidade. Isso porque a arbitrariedade extrativista tem influenciado e elevado continuamente a degradação da natureza.
O extrativismo na Amazônia
Primeira e principal atividade dos portugueses quando chegaram ao Brasil, o extrativismo foi responsável pela retirada de ouro e outros tantos minérios — além, claro, da madeira que deu nome ao país: o pau-brasil. Atualmente, o extrativismo vegetal é o mais realizado no País, a exemplo da retirada de borracha das seringueiras e das madeiras das árvores. Já o extrativismo mineral foca no minério de ferro, na bauxita, no ouro e no petróleo.
Por conta sua riquíssima biodiversidade, a Amazônia passou a ser o foco principal do extrativismo no século XVIII, com a procura maciça das chamadas “drogas do sertão”. O termo faz referência à busca por plantas medicinais e óleos. Nesse período, os índios locais eram escravizados e obrigados a trabalhar, quando ainda não havia participação do negro no Brasil.
Foi justamente o extrativismo que levou a região a iniciar sua colonização, que culminou com o apogeu da borracha e tornou Manaus uma das principais capitais do mundo. Com seu declínio a partir de 1920, o extrativismo da borracha continuou a ser incentivado para a economia interna, que explorava principalmente a retirada da castanha, da madeira e de plantas medicinais.
O principal problema causado pelo extrativismo de qualquer natureza é a extinção de seus recursos, um problema causado pela exploração indevida e exagerada. Esta ação, portanto, se opõe ao conceito de sustentabilidade, uma vez que pode causar danos irreversíveis para a natureza.
O Brasil é riquíssimo em produtos a serem extraídos, mas já demonstra sintomas críticos bem claros, tais como: desmatamento, erosão, poluição do solo e extinção de animais. Mesmo com as extrações liberadas pelos institutos que as fiscalizam, é considerável o impacto que elas têm na natureza.
O extrativismo animal e suas consequências
O extrativismo animal é considerado um dos mais cruéis, já que modificou o seu conceito de subsistência para se transformar em uma busca pelo enriquecimento ilícito. Legalmente, o extrativismo animal emprega direta e indiretamente mais de um milhão de pessoas e se destaca na pesca e na aquicultura, como forma de indústria de base.
Pela grande dimensão hidrográfica e litorânea do país, a pesca é fonte de renda de pescadores e de grandes indústrias. Mas quando ela é feita em locais proibidos, na época da piracema ou com peixes em processo de extinção, é considerada ilegal e criminosa.
Na Amazônia, a pesca também é o principal foco de extrativismo animal no país. Pela grande variedade de rios e de peixes exclusivos da região, ela acaba sendo alvo do maior número de atividades pesqueiras ilegais.
Com a invasão de colonos e posseiros ao longo de sua história, houve um processo gradual de descaracterização da sua biodiversidade. Na década de 70, o início da criação da pecuária de corte de búfalos, suínos e equinos contribuiu para a devastação e por dizimar árvores, faunas e floras locais.
No Brasil, a prática da caça é proibida e só liberada para tribos indígenas com o intuito de manter suas tradições culturais. O restante é crime federal, principalmente a caça de animais silvestres como onças, jacarés e pássaros. Mas mesmo sendo crime, ela continua sendo amplamente praticada, inclusive para alimentar o contrabando de animais que são vendidos para fora do país.