Países que mantêm suas florestas, evitando o desmatamento e, consequentemente, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa, poderiam ser remunerados por esta atividade. Este é o conceito do REDD+, um programa que busca valorizar as florestas como mecanismo de redução da poluição e da emissão de gás carbônico.
As plantas ajudam a fixar o carbono no solo e quando árvores são derrubadas, o gás é liberado. Ao reduzir a devastação de florestas evita-se a liberação do gás na atmosfera e, dessa maneira, evita-se o aumento do efeito estufa.
A ideia de conservar as florestas, como parte de uma convenção internacional, surgiu nas negociações do Protocolo de Quioto em 1998. Dez anos depois, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um novo programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), que deveria considerar a proteção ao modo de vida dos povos das florestas. A partir de então, o manejo sustentável e a preservação dos estoques de carbono passaram a integrar o programa, que foi chamado de REDD+.
Além da emissão de CO2, o REDD+ promoveria a redução da pobreza por meio do desenvolvimento rural sustentável, a conservação da biodiversidade e das bacias hidrográficas. Este também é primeiro mecanismo global que reconhece a contribuição das florestas em mitigar mudanças climáticas.
As negociações internacionais sobre o tema, no entanto, são lentas. Um das principais questões é justamente o repasse financeiro para países que reduzirem as taxas de desmatamento. Estima-se que os custos para reduzir ou acabar com o desmatamento no mundo estejam entre US$ 12 bilhões e US$ 40 bilhões anuais.
Outro tema de debate é a medição do volume de emissões de gases de efeito estufa proveniente da retirada de árvores. Pesquisas apontam que a taxa fique em torno dos 20%, mas muitas organizações discordam.
Este programa ainda não faz parte do atual Protocolo de Quioto, mas deve passar a integrar o acordo internacional em 2020. Ainda assim, mais de 40 países seguem as iniciativas propostas pelo REDD+.
O Brasil e outros países em desenvolvimento têm recebido auxílio das Nações Unidas na condução dessas iniciativas. Nosso país ainda não possui regulamentação específica para projetos de REDD+, mas o desenvolvimento de um sistema nacional já está em tramitação no congresso.
A Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação deverá ser financiada pelos países desenvolvidos, seguindo a ideia de responsabilidades que rege a Convenção do Clima.