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Foto: giancornachini

Segundo dados da Polícia Federal, o tráfico de animais silvestres está entre as atividades ilícitas mais praticadas no mundo, aparecendo em terceiro lugar no ranking, atrás apenas do tráfico de drogas e de seres humanos. No Brasil, estima-se que cerca de 38 milhões de animais sejam retirados anualmente da natureza para alimentar um comércio ilegal que movimenta quase 2,5 bilhões por ano.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a principal rota do tráfico envolve os estados do Maranhão, Bahia, Ceará, Piauí, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Segundo o Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre, 60% dos animais comercializados ilegalmente são para o chamado tráfico interno doméstico e os outros 40% seguem para destinos no exterior.

A rede de tráfico tem como principais fornecedoras as populações ribeirinhas, que encontram nessa atividade lucrativa uma opção de geração de renda em épocas de estiagem e baixa produção. De acordo com o coordenador executivo da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), Raulff Ferraz Lima, os traficantes usam o conhecimento empírico dessas populações para aliciá-las e inseri-las no comércio ilegal de animais.

Essa atividade criminosa traz graves consequências para o meio ambiente. A captura destes animais acelera o processo de extinção das espécies, provocando danos às interações ecológicas e perda de herança genética. A arajuba, o papagaio-chauá, o curió, o bicudo e o cardeal são alguns exemplos de animais ameaçados de extinção devido ao tráfico.

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Papagaio-chauá. Foto: ricardofotos

Além dos impactos ambientais, o comércio ilegal também provoca consequências econômicas, uma vez que movimenta grandes quantias de recursos financeiros, sem recolhimento de impostos; e sanitárias, já que as espécies são vendidas sem nenhum controle sanitário, podendo ocorrer a transmissão de doenças para pessoas e outros animais.