A noite de 20 de abril de 2010 tinha tudo para ser mais uma jornada comum de trabalho na plataforma da British Petroleum Deepwater Horizon, no Golfo do México, nos Estados Unidos. Mas uma enorme explosão mudaria para sempre não apenas o destino de 11 pessoas, mortas com o incidente, mas também o de milhares de espécies animais e vegetais da região.
Com o impacto, tubulações no fundo do oceano foram rompidas dando início a um vazamento de petróleo que chegaria a uma quantidade total estimada entre 3 e 4 milhões de barris. Nada menos do que o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.
A gravidade dos danos foi tamanha que apenas aproximadamente três meses depois da explosão, em 15 de julho, a empresa petroleira responsável pela plataforma anunciou que o vazamento, enfim, havia sido estancado. Ao redor de todo o mundo, era possível acompanhar pela televisão imagens de aves e peixes mortos ou tentando sobreviver em meio à camada negra de óleo.
As consequências para o meio ambiente mostraram-se verdadeiramente catastróficas: animais marinhos do golfo, tanto pelo petróleo quanto por produtos tóxicos usados na limpeza, foram diretamente atingidos. Os pelicanos marrons, que tinham o Golfo do México como uma área favorável à sua sobrevivência, foram atingidos de maneira especialmente trágica: ao mergulharem atrás de peixes, as aves ficavam com as penas cobertas de óleo e, sem conseguirem regular a temperatura corporal, acabavam morrendo por hipotermia.
Quatro espécies de tartarugas marinhas, além de golfinhos, cachalotes, camarões e outros crustáceos e peixes (o golfo do México é um dos únicos viveiros no mundo do atum rabilho) tiveram suas populações devastadas. Vale lembrar que o plâncton, inclusive, organismo que está na base da cadeia alimentar marinha, não sobrevive em contato com o petróleo.
Mesmo mais de três anos depois, especialistas atuam na região para buscar mesurar as consequências a médio e longo prazo do acidente e, também, encontrar soluções para tentar restabelecer a harmonia perdida nos ecossistemas da região. Um trabalho árduo que ainda deve durar alguns anos.