Na Amazônia, um laboratório está desvendando os segredos da andiroba, um fruto natural abundante na região. Cada parte desse fruto – semente, castanha e óleo – está sendo aproveitada de forma inovadora. Além de produtos como sabonetes, cosméticos, medicamentos e repelentes, pesquisadores conseguiram criar até um bioplástico a partir do óleo da andiroba, com potencial para substituir os plásticos convencionais, ajudando na preservação do meio ambiente.
Esse bioplástico, obtido através da combinação do óleo da andiroba com um polímero natural, forma um filme resistente e totalmente biodegradável. O professor Carlos Emmerson Ferreira da Costa, da Universidade Federal da Paraíba, afirma que as possibilidades de aplicação desse bioplástico são diversas e podem abranger praticamente qualquer uso atual do plástico tradicional.
“Qualquer aplicação que você possa imaginar com plástico”, destaca o professor. No entanto, ele enfatiza a necessidade de investimentos para tornar o projeto viável em larga escala e garantir a preservação da Amazônia.
“Para sair do estágio laboratorial e desenvolver um produto tangível, precisamos de recursos. Precisamos do compromisso de grandes investidores com a Amazônia. Cada produto resultante desse processo é uma Amazônia que permanece de pé, uma floresta preservada”, explica Carlos.
A criação de um bioplástico representa uma solução crucial para evitar o desmatamento e a poluição causados pela produção industrial de plásticos. Não apenas como medida emergencial, mas como uma estratégia preventiva.
“É essencial adotar uma abordagem preventiva na bioeconomia bioecológica, pois essa é a chave para evitar o desmatamento no futuro. Não basta apenas focar nas áreas de desmatamento imediato e tomar medidas paliativas. A grande transformação que estamos buscando é essa mudança de perspectiva, permitindo abordar múltiplos desafios simultaneamente”, enfatiza Danilo Araújo Fernandes, pesquisador e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A iniciativa não apenas oferece uma alternativa sustentável à problemática dos plásticos, mas também aponta para um futuro em que a inovação e a conscientização são aliadas na proteção da rica biodiversidade amazônica.
Com informações do G1.