Um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em três mil cidades em 103 países revelou que 80% das pessoas que residem em zonas urbanas estão expostas a níveis de qualidade do ar irregular. Os resultados acrescentam que 98% das cidades com uma população de mais de 100 mil habitantes, sendo eles de baixa ou média renda, não respeitam as diretrizes da OMS. Nos países de renda alta este porcentual diminui para 56%.
Em entrevista à Rádio ONU, o Dr. Carlos Dora, epidemiologista da OMS em Genebra disse que, na maioria dos países pobres a qualidade do ar está piorando e isto se tornou uma tendência, enquanto se observa o contrário nos países com uma renda maior.
A poluição do ar se deve à alta concentração de pequenas partículas (MP10) e partículas finas (MP2,5), contendo sulfato, nitrato e carbono negro, que apresentam mais facilidade para entrar nos pulmões e na corrente sanguínea, o que aumenta consideravelmente os riscos à saúde da população. De acordo com a OMS, as mais de 7 milhões de mortes ocorridas no mundo são decorrentes de doenças como acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas, câncer de pulmão e doenças respiratórias agudas.
Aumento da poluição no meio urbano
O estudo da OMS aponta que a contaminação no meio urbano cresceu 8% entre 2008 e 2013 e os níveis mais elevados foram encontrados no Mediterrâneo oriental e no sudeste asiático, onde os padrões anuais médios são de cinco a dez vezes superiores aos limites estabelecidos pela OMS.
Considerando um limite por país de 10 microgramas por metro cúbico por ano dessas partículas, algumas das cidades com maiores níveis de poluição do ar são: Lima (51 microgramas), La Paz (44 microgramas), Guatemala (41 microgramas) e Tegucigalpa (36 microgramas).
A ONU recomenda que as indústrias aumentem o uso de energias renováveis e que as cidades priorizem a utilização de transportes públicos menos poluentes e a construção de ciclovias para que haja melhoria no ar.
“Usinas que utilizam carvão podem fomentar o problema; o uso do diesel no transporte é algo muito negativo, assim como a querosene que ainda é utilizada na iluminação de algumas regiões”, comentou Dr. Carlos Dora sobre as causas da poluição. E sugeriu: “Ciente disso, a saúde pública precisa ajudar a encontrar medidas que reduzam esses índices.”