Além de realizar o “sequestro” de gás carbônico do ambiente, as árvores são importantes equalizadoras do nível de oxigênio da atmosfera. E para que um bom número de áreas verdes exista é preciso um trabalho aplicado de reflorestamento em áreas desmatadas. Por isso, desde 2006, a ONG Iniciativa Verde atua com o incessante trabalho de plantio de mudas para recuperar áreas devastadas ao longo de 17 estados brasileiros que possuem espécies de plantas nativas. O resultado foi o plantio de 800 mil mudas de árvores da Mata Atlântica em 480 hectares, correspondentes a 685 campos de futebol.
Todo esse empenho ao longo de oito anos resultou na finalização de 45 projetos em 25 municípios de oito estados. Um trecho recuperado pelo projeto encontra-se no interior de São Paulo, em Ribeirão Feijão, rio que fornece a maior parte da água consumida na cidade de São Carlos. Às margens do rio existem tanques de piscicultura (produção de organismos aquáticos) e plantações. A vegetação ao redor é de mata ciliar, aquela que protege as margens do rio de erosão e mantém a qualidade da água.
Os projetos são realizados em Unidades de Conservação (UCs), Áreas de Preservação Pemanente (APPs) e Parques e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), todas previstas no Código Florestal, sob responsabilidade de monitoramento dos proprietários das terras. As iniciativas de reflorestamento contaram com a participação de comunidades vizinhas às áreas desmatadas, além dos próprios voluntários do programa que atuaram com a supervisão de biólogos.
Roberto Resende, presidente da entidade, explicou que se cada brasileiro plantasse 41 árvores por ano, os déficits de desmatamento seriam eliminados em cerca de quatro anos. De acordo com pesquisa da Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Federal, se todos os proprietários rurais regularizarem tudo que foi desmatado além da área permitida, seria preciso replantar 21,5 milhões de hectares. Em síntese, o trabalho de reflorestamento necessita de um apoio vindo da população e dos ruralistas.
Segundo Resende, a maior dificuldade encontrada pela ONG é fazer as pessoas entenderem a importância do plantio de árvores. Embora exista esse obstáculo, os outros objetivos paralelos da ONG são, além do incentivo à população, aumentar o interesse de entidades privadas a realizar inventários de carbono e conseguir espaço das propriedades rurais para a realização dos plantios.