A bauxita é uma mistura de óxido de alumínios, sílica, óxido de ferro e dióxido de titânio. O Brasil ocupa a sexta posição no ranking de extração de bauxita e é um dos primeiros em reserva desse material no mundo.
A extração de bauxita com o emprego do método Bayer de produção da alumina, processo no qual a bauxita é submetida a temperaturas elevadas e uma solução altamente cáustica, resulta na lama vermelha, que é um resíduo altamente poluente gerado pela produção de alumínio.
Em curto prazo, os danos causados ao meio ambiente são enormes por conta da concentração de hidróxido de sódio. Se diluído em água, possui um efeito corrosivo que destrói a vegetação.
Os efeitos negativos podem ser maiores, já que pode comprometer o abastecimento de água potável para a população, uma vez que metais pesados podem contaminar o solo e o lençol freático.
A ingestão dessa água contaminada com ferro e demais metais pesados pode acarretar em uma série de doenças e danos neurológicos, cardiovasculares, metabólicos e genéticos tanto para seres humanos quanto para animais. Geralmente, a contaminação acontece após comer alimentos que foram expostos à lama vermelha.
Em outubro de 2010, a Hungria foi acometida por uma enxurrada de lama vermelha, o que despertou a atenção para o debate sobre os desastres ambientais como consequência da extração da bauxita.
O vazamento da lama vermelha tóxica de um reservatório da fábrica de alumina MAL Hungarian Aluminium Production and Trade Company, na cidade de Ajka, foi estimado em 700 mil metros cúbicos. Oito pessoas morreram e cerca de 150 ficaram feridas, muitas com queimaduras pelo corpo.
Além disso, carros foram arrastados com a força da lama, pontes e casas foram danificadas e centenas de moradores foram obrigados a evacuar o local. Após a inundação de três cidades em um raio de cerca de 40 km2, o governo húngaro decretou estado de emergência em várias cidades e caracterizou o episódio como desastre ecológico.
O acidente terá grandes consequências em longo prazo, pois a lama alcalina matou todos os nutrientes e organismos necessários para a qualidade do solo. Assim, a estimativa é de que 2 mil acres de terra vegetal terão que ser desenterrados e substituídos nos próximos anos para dar continuidade a produção agrícola das regiões afetadas pela lama vermelha.