Eles são bonitos, exóticos e despertam o interesse e a vontade de se ter um em casa, porém, a criação de animais silvestres traz muitos prejuízos tanto para a espécie quanto para o ser humano. Com toda a diversidade da fauna brasileira, muitas pessoas buscam em florestas ou adquirem no mercado ilegal animais, como macacos, araras e papagaios.
Desde a vigência da Lei 5.917/67 (Lei de proteção à fauna) tornou-se crime a captura e comércio não autorizado de animais silvestres de vida livre. Esta prática é extremamente prejudicial para os bichos, uma vez que boa parte deles não sobrevive ao transporte, sofrem maus tratos e não são alimentados corretamente. Em média, de cada dez animais traficados, apenas um chega vivo ao seu destino final.
No Brasil, são retirados anualmente 38 milhões de espécimes da natureza. Desse total, cerca de 40% dos animais são enviados para o exterior, que implicam em consequências para toda a cadeia alimentar, podendo ocasionar até a extinção da espécie e perda da variedade genética. Quando um traficante de animais é pego em flagrante, a multa pode chegar a até R$ 5 mil por animais apreendido.
Além disso, quando criados em casa, os animais silvestres ilegais podem transmitir várias doenças, como a raiva, a leptospirose, a toxoplasmose e a leschimaniose, que levar até a morte. As crianças também correm risco uma vez que esse tipo de animal não é acostumado ao convívio doméstico e pode arranhar ou morder quando se tenta pegar ou brincar.
A criação de animais silvestres em cativeiro é uma prática que requer autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Por meio da Lista PET é possível consultar a relação de espécies silvestres que podem ser criadas e comercializadas legalmente no Brasil. Alguns exemplos são iguanas, papagaio, tucano e tico-tico.
Ao contrário do tráfico de animais, onde as espécies são adquiridas por preços baixos, os criadouros só comercializam espécies nascidas em seu recinto e assim representam um investimento por parte do comprador. Devendo este se responsabilizar por tratá-lo de forma correta, oferecendo alimentação adequada, água de boa qualidade, cuidados veterinários e sanitários, abrigo e respeito à individualidade e às características da espécie.
Mesmo assim, o ideal é deixar os animais silvestres livres no seu habitat natural. E quando tiver vontade de ver um exemplar desse, basta ir até um zoológico ou visitar uma reserva de proteção ambiental. E se mesmo assim optar por criar um animal silvestre, somente os certificados e que estão na Lista PET.