Popularmente chamados de indicadores biológicos, os bioindicadores da qualidade ambiental são organismos vivos que apontam a existência de alterações ambientais. Muitos desses indicadores são capazes de fazer isso de maneira precoce, antes que os problemas se agravem, e alguns inclusive conseguem determinar o tipo de poluição que está afetando o ecossistema em questão.
Os bioindicadores ambientais podem ser indivíduos ou comunidades inteiras, sendo que alterações relacionadas a abundância, diversidade e composição do grupo podem indicar perturbações no ambiente. Esses indicadores são usados de duas maneiras distintas: de forma passiva ou ativa. Quando utilizados de forma passiva, toda a análise é realizada com os seres que vivem na região estudada. Já quando se utiliza de forma ativa, espécies anteriormente preparadas são expostas ao local.
Com o resultado do estudo, é possível realizar uma completa avaliação da qualidade ambiental da região, além de identificar problemas e alterações nos organismos presentes no local — que podem ser genéticos, fisiológicos, comportamentais, ecológicos ou até mesmo bioquímicos.
Principais bioindicadores da qualidade da água
Os ecossistemas aquáticos são constantemente alterados pela ação do homem e seu consequente desequilíbrio ecológico. Descarte incorreto do lixo, atividades de mineradoras e a introdução de espécies exóticas são apenas alguns dos fatores que contribuem para a transformação desses ambientes.
Para indicar os principais impactos ambientais causados nas últimas décadas, são utilizados os bioindicadores da qualidade da água. Os principais organismos utilizados são aqueles que possuem uma maior capacidade de diferenciar oscilações naturais de estresses causados por fontes pontuais e difusas de poluição.
A megaloptera é uma das classes utilizadas como bioindicador nos ecossistemas aquáticos. Esses organismos possuem a cabeça mais rígida, brânquias ao longo do abdômen e mandíbulas fortes, sendo geralmente encontrados em águas que possuem qualidade boa ou mediana.
Outros bioindicadores da qualidade da água que vivem em águas de boa qualidade são os plecópteros, que possuem brânquias axilares e patas que parecem garras. Já os odonatas, ordem formada pelas libélulas, são seres que vivem em águas de qualidade razoável e possuem o corpo longo, fino e antenas.
A classe oligochaeta — organismos que não possuem pernas e são caracterizados pelo corpo comprido, fino e arredondado — e a classe mollusca, seres que possuem uma concha e não se classificam como insetos, são bioindicadores geralmente encontrados em ambientes aquáticos com qualidade muito ruim.
Também costumam ser encontrados em locais com qualidade de água muito ruim os indivíduos da classe hirudinea, formada por organismos de corpo mole e com pequenas ventosas no abdômen, e pela classe diptera, seres com o corpo fino, cabeça pequena e que possuem pequenas patas.
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