A proximidade do verão, época em que uma grande quantidade de chuvas se precipita por diferentes regiões do país, traz anualmente uma preocupação: que os deslizamentos de terra causem danos e mortes. Este tipo de fenômeno natural tem consequências séries, sobretudo em áreas urbanas, onde casas são construídas nas encostas e em suas proximidades.
Em janeiro de 2011, a região serrana do estado do Rio de Janeiro viu deslizar morros inteiros sobre casas, ruas e hotéis durante uma forte tempestade. O incidente deixou mais de 900 mortos e foi considerado pela ONU (Organização das Nações Unidas) o décimo maior desastre natural, deste tipo no mundo, nos últimos 111 anos. Trata-se de um exemplo da dimensão de tudo o que um incidente deste tipo pode causar.
Uma das principais causas para que os deslizamentos de terra possam chegar a este grau de violência é, justamente, a ação humana nas zonas de encosta. A devastação das encostas e a ocupação, sem o manejo adequado, do solo representam zonas de risco constante para os deslizamentos. A construção de moradias nessas áreas, além de dificultar a correta absorção da água das chuvas e eliminar a cobertura vegetal, acaba construindo canais e galerias subterrâneas e revolvendo uma grande quantidade de terra que, apenas ‘jogada para baixo’, transforma-se em um acúmulo de terra solta, capaz de causar grandes estragos.
Apesar de tragédias, como a ocorrida na região serrana fluminense, ainda há muito a ser aprendido pelos órgãos governamentais brasileiros na prevenção de deslizamentos. Além de uma questão relacionada ao meio ambiente, trata-se também de um desafio social e urbanístico e que une diferentes dimensões da gestão pública. E que pede a colaboração da sociedade como um todo para surtir efeitos positivos e estruturantes.