Criadas em meados dos anos 80, as Reservas Extrativistas (RESEXs) são áreas concedidas às populações que sobrevivem desta atividade, assegurando a proteção dos meios de vida e da cultura local, o uso sustentável e a conservação dos recursos naturais. São espaços quase sempre superiores a 100 hectares, ocupados, geridos e explorados por famílias extrativistas.
As reservas extrativistas são resultado de uma reação ao modelo de exploração predatória adotado pelo Brasil nos anos 70. Neste período, a expansão desordenada da fronteira agrícola na Amazônia, com a exploração da agricultura e criação extensiva de gado, colocava em risco a biodiversidade da região. Além disso, o perfil monopolista e concentrador da atividade trazia consequências também no âmbito social.
O neoextrativismo, introduzido com a criação das RESEXs, trouxe benefícios para o meio ambiente e para a população tradicional, proporcionando meios sustentáveis e viáveis de subsistência. Com perfil poli produtivo, nessas unidades os produtos explorados geralmente, são látex, castanha, óleos de copaíba e andiroba, plantas medicinais, sementes florestais, além da caça e pesca para subsistência.
A diversificação produtiva, que se contrapõe ao modelo mono explorador, baseado na extração de látex garantiu também a melhoria da renda destas famílias. Desta forma, as reservas extrativistas colaboram com o fortalecimento da atividade e das comunidades locais.
Essas áreas com potencial extrativo, identificadas no processo de zoneamento ecológico-econômico, tornam-se núcleos de ecodesenvolvimento onde são incentivadas atividades voltadas à agregação de valor aos produtos explorados. Em algumas reservas, o beneficiamento dos produtos extraídos garante uma renda em média 30% superior à venda em estado bruto.