Parques urbanos e espaços verdes ajudam a combater o calor, aumentar a biodiversidade e transmitir uma sensação de tranquilidade na selva urbana. Eles também ajudam a retardar o envelhecimento biológico, segundo um novo estudo publicado na quarta-feira, 28 de junho, na revista Science Advances. As informações são da Agência France Press (AFP).
De acordo com a pesquisa, pessoas que têm acesso a espaços verdes são, em média, 2,5 anos mais jovens biologicamente do que aquelas que não têm. O estudo, liderado por Kyeezu Kim, pesquisador pós-doutorado na Feinberg School of Medicine da Northwestern University, analisou modificações químicas do DNA conhecidas como “metilação” para investigar o envelhecimento celular.
A equipe acompanhou mais de 900 pessoas brancas e negras de quatro cidades americanas ao longo de um período de 20 anos, utilizando imagens de satélite para avaliar a proximidade das residências dos participantes em relação à vegetação e aos parques. Cruzando esses dados com amostras de sangue coletadas durante o estudo, eles determinaram as idades biológicas dos participantes.
Os resultados mostraram que pessoas cujas casas estavam cercadas por 30% de cobertura verde em um raio de cinco quilômetros eram, em média, 2,5 anos mais jovens biologicamente em comparação com aquelas cujas casas tinham 20% de cobertura verde. No entanto, os benefícios não foram igualmente distribuídos, com pessoas negras experimentando um ano de rejuvenescimento biológico a menos do que as pessoas brancas.
O estudo ressaltou que fatores como estresse, qualidade do espaço verde e suporte social também podem afetar o grau de benefícios dos espaços verdes em relação ao envelhecimento biológico, destacando a necessidade de estudos adicionais para compreender melhor essas disparidades.
Os pesquisadores enfatizaram a importância do planejamento urbano na expansão da infraestrutura verde para promover a saúde pública e reduzir as desigualdades de saúde. Além dos benefícios relacionados ao envelhecimento, a exposição a espaços verdes já foi associada a uma melhor saúde cardiovascular, menores taxas de mortalidade, maior atividade física e interações sociais.
Ainda não está claro como exatamente a vegetação reduz o envelhecimento, mas os resultados do estudo reforçam a importância dos espaços verdes na promoção da saúde e no bem-estar das comunidades urbanas.
O estudo foi considerado bem elaborado pelo epidemiologista Manuel Franco, da Universidade de Alcalá e Johns Hopkins, que ressaltou a necessidade de aumentar e promover o uso de espaços verdes urbanos com base nas evidências científicas disponíveis.
Essa pesquisa fornece mais uma razão para valorizar e investir em parques e áreas verdes nas cidades, destacando seu papel essencial na saúde e no rejuvenescimento biológico das pessoas que vivem em ambientes urbanos cada vez mais densos.
Com informações do Notícias Sustentáveis