A exploração dos recursos naturais do planeta é fundamental para a sobrevivência do ser humano. Os estoques destes materiais, no entanto, apesar de parecerem abundantes e infinitos, são escassos e, se usados de forma excessiva e desmedida, irão se esgotar. Pesquisadores alertam que o esgotamento destas fontes pode levar a uma extinção em massa, na qual 75% das espécies do planeta simplesmente deixarão de existir.
A utilização abusiva destes recursos – que inclui petróleo, carvão, gás natural, minérios, água e alimentos – já tem consequências visíveis. Foi o que mostrou a estimativa da Global Footprint Network, que a cada ano calcula a cota de recursos naturais que a Terra é capaz de repor para manter o equilíbrio ambiental do planeta. Neste ano, o chamado “Dia da Sobrecarga”, data na qual esta cota se esgotaria, foi em 20 de agosto, antecipado em dois dias com relação a 2012.
A conta realizada pela ONG funciona da seguinte forma: primeiro estima-se a quantidade de terra, água e ar necessária para produzir os bens indispensáveis à vida durante um ano. Depois, transforma-se este número em hectares e divide-se o resultado pelo número de habitantes do planeta. Os cálculos mostraram que cada habitante usa 2,7 hectares do planeta por ano, e que o número ideal para que o consumo não comprometa o meio ambiente é de, no máximo 2,1 hectares.
Se a exploração dos recursos e o consumo global continuar neste ritmo, em 2030 serão necessários recursos equivalentes a dois planetas Terra para manter este padrão. O “Dia da Sobrecarga” é calculado há 10 anos. Segundo o diretor da entidade responsável pela estimativa, Juan Carlos Morales, a cada ano essa data é antecipada em dois ou três dias.
Para evitar que tais previsões se concretizem, o grande desafio é conciliar o desenvolvimento com a conservação dos recursos naturais. Para isso, além de soluções tecnológicas e políticas, é necessário que haja uma mudança de comportamento dos indivíduos, através do consumo consciente e atitudes ecologicamente sustentáveis.