Um artigo escrito por acadêmicos da Universidade de Cornell, do Serviço Geológico dos Estados Unidos e da Universidade do Arizona afirmou que mudanças as climáticas vão provocar secas severas nas próximas décadas piores do que qualquer uma já vista nos últimos dois mil anos.
O estudo, publicado pelo Journal of Climate, combina dados históricos sobre secas com novos modelos climáticos analisando mudanças nos padrões de ocorrências de chuvas causadas pelo aquecimento global. Segundo ele, em regiões semiáridas, como o sudoeste dos EUA, há uma chance de 80 por cento de que ocorra uma seca que dure mais de uma década.
Ainda existe um cenário mais pessimista que mostra a chance de a seca nos Estados Unidos durar mais de 35 anos entre 20 e 50%.
Porém, os problemas não deverão ficar apenas no hemisfério norte do planeta, países subtropicais em desenvolvimento, inclusive no mar Mediterrâneo, no sul e no oeste da África e na América Latina também vão sofrer com a falta de chuvas.
“Os riscos nos subtrópicos parecem ser tão altos quanto ou mais altos que as estimativas para o sudoeste dos Estados Unidos”, diz o artigo.
Vale lembrar que as secas já foram responsáveis pela queda de civilizações poderosas no passado, como Khmer no Sudeste da Ásia, que caiu no século 14.
A previsão, que já não é boa, ainda pode piorar. Segundo os pesquisadores, se não for controlado, o aquecimento global pode agravar ainda mais a situação.
“A seriedade da seca no futuro será exacerbada por aumentos de temperatura, implicando que os nossos resultados deveriam ser vistos como conservadores. Estes achados enfatizam a necessidade de desenvolver estratégias de alívio à seca que possam lidar com décadas de mudança climática”, afirma o estudo.