Na sociedade em que vivemos muito se fala sobre os impactos ambientais que homem anda causando na natureza e como eles têm impactado negativamente o planeta. E os oceanos são os grandes prejudicados, pois, apesar de sua grande capacidade de regeneração, a quantidade de poluição lançada nas águas nas últimas décadas dificulta esse processo. Calcula-se que cerca de 14 bilhões de toneladas de poluentes chegam nos oceanos por ano.
Segundo um estudo realizado pelos cientistas da Unidade Internacional de Pesquisa de Dejetos Marinhos da Universidade de Phymouth, localizado na Inglaterra, lavar roupas sintéticas na máquina de lavar em uma temperatura normal pode liberar no esgoto uma quantidade bem grande de minúsculas fibras de plástico.
Os números descobertos durante o estudo são bastante alarmantes, sendo que uma carga típica de 6Kg de peças de lã acrílica, como, por exemplo, os cobertores felpudos, gera em mais de 700 mil fibras. Uma roupa feita de poliéster, como um suéter sintético, chega a quase 500 mil e tecidos mistos de algodão-poliéster geram em torno de 140 mil fibras a cada ciclo de lavagem.
Essa é a primeira pesquisa realizada para identificar os fiapos dissolvidos durante a lavagem como uma fonte de poluição. Mesmo não sabendo a extensão dos danos causados pelas microfibras plásticas, em matéria publicada no jornal Marine Pollution Bulletin, os pesquisadores Imogen Napper e Richard Thompson alertaram: “A quantidade de microplástico no ambiente deverá aumentar ao longo das próximas décadas, e há preocupações sobre o potencial para que possa ter efeitos nocivos se ingeridos”.
Fiapos são ingeridos pelas espécies marinhas
O site da DW informou que outras pesquisas foram realizadas e mostraram que essas fibras são encontradas muitas vezes abaixo das estações de tratamento de esgoto e, mesmo a água utilizada nas lavadoras sendo normalmente filtradas nessas unidades, os pequenos fiapos nem sempre ficam retidos. Essas microfibras de acordo com a pesquisa são ingeridas pelos organismos marinhos, até por fim chegar na alimentação dos seres humanos.
Ainda não existem muitos estudos sobre a forma como os microplásticos afeta as cadeias alimentares marinhas. Porém, os que já foram divulgados apontam que o material diminui a digestão de peixes e crustáceos, causando sérios problemas ao intestino e ao vigor dessas espécies.
Os pesquisadores da Universidade de Plymouth defendem a redução do volume de microplástico, mas não pedem seu banimento, por saber os benefícios que o tecido traz. “Qualquer intervenção voluntária ou política deve ser focada na redução de emissões, quer através de mudanças no design têxtil, quer filtração dos efluentes, ou ambos”, comentou Thompson.