O aumento da temperatura nas cidades urbanas é um desafio enfrentado por muitas metrópoles ao redor do mundo, incluindo São Paulo. A chamada “ilha de calor urbana” ocorre devido à concentração de edifícios e materiais que absorvem e retêm calor, como asfalto e concreto.
No entanto, uma nova pesquisa realizada pela Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, revela uma solução promissora para esse problema: o uso de revestimentos de pintura fria.
Esses revestimentos, que incorporam aditivos específicos como cal e microesferas de cerâmica, têm o poder de refletir o calor solar, minimizando a absorção e emissão de calor pelos edifícios.
Ao contrário de estudos anteriores que se baseavam em simulações ou testes em escala reduzida, esta pesquisa foi realizada em condições reais. Os cientistas aplicaram o revestimento em telhados, paredes e pavimentos de estradas em uma região industrial de Cingapura e monitoraram diversos fatores ambientais, como movimento do ar e umidade, por um período de dois meses.
Os resultados foram impressionantes: os telhados com pintura fria refletiram 50% mais luz solar e absorveram 40% menos calor durante o período mais quente do dia em comparação com os telhados convencionais. Isso resultou em uma redução de temperatura de até 2ºC nas áreas tratadas com o revestimento, especialmente no período da tarde.
Kiran Kumar Donthu, autor principal do estudo, enfatizou a eficácia imediata e a simplicidade dessa solução em comparação com outras que exigem modificações estruturais extensas.
Ele destacou ainda a importância de reduzir a absorção de calor em estruturas urbanas para diminuir o consumo energético necessário para o resfriamento interno de edifícios.
Além disso, os benefícios da pintura fria vão além do conforto térmico, incluindo o aumento da sustentabilidade, a mitigação do efeito de “ilha de calor urbana” e a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Com aplicações em telhados, paredes, pavimentos e outras superfícies urbanas, a pintura fria surge como uma solução promissora para tornar as cidades mais habitáveis e sustentáveis.
E com futuras investigações planejadas para explorar sua durabilidade e desempenho a longo prazo, essa tecnologia pode ter um impacto ainda maior no combate ao calor urbano em todo o mundo.
Com informações de Carbono Zero.