Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012 o total de área desmatada na Amazônia chegou a 51% em 20 anos. No estado de São Paulo a situação não é diferente, atualmente existem apenas 13% de Mata Atlântica na região, de acordo com dados da SOS Mata Atlântica, sendo a atividade agrícola a principal responsável por toda a devastação.
Para preservar as áreas verdes, recursos hídricos brasileiros e ainda favorecer os proprietários rurais, a ONG Iniciativa Verde desenvolveu diversos trabalhos voltados à manutenção dos ecossistemas e redução do impacto ambiental desta atividade, o mais recente deles, iniciado em setembro deste ano, é o Plantando Águas, que pretende adequar terrenos rurais particulares do estado de São Paulo de acordo com o que estabelece o novo Código Florestal – ampliação de áreas de preservação permanentes – e, ao mesmo tempo, proteger camadas superficiais e subterrâneas de água.
O trabalho começa com o plantio de árvores, pois elas são responsáveis por encaminhar grande quantidade da água de chuva para o lençol freático. De acordo com as diretrizes do projeto, serão recuperados mais de 20 hectares de APPs (Área de preservação Permanente).
O objetivo desse trabalho, além de reestruturar as pequenas propriedades de assentamentos rurais, é conscientizar as comunidades quilombolas remanescentes sobre a importância da recuperação dessas áreas e da conservação da água”. Lucas Carvalho, Diretor Técnico da ONG Iniciativa Verde.
No sítio São João, no município de São Carlos (SP), o trabalho de plantio de árvores vem acompanhado de oficinas educativas aos ruralistas, para ensiná-los o manejo correto dos produtos agrícolas sem precisar desmatar grandes áreas verdes. A ideia é implantar 24 hectares de sistemas agrícolas de produção de alimentos e sistema de saneamento básico, no qual os dejetos sejam remanejados e tratados para que não poluam a água. Para realizar estas mudanças, os proprietários rurais recebem instruções sobre monitoramento e conservação da água a fim de promover a qualidade do elemento natural para toda a sociedade.
O projeto está previsto para atuar até 2015 nas propriedades rurais das cidades de Piedade, Itapetininga, Porto Feliz e Iperó. De acordo com Lucas Carvalho, diretor técnico da ONG, “o objetivo desse trabalho, além de reestruturar as pequenas propriedades de assentamentos rurais, é conscientizar as comunidades quilombolas remanescentes sobre a importância da recuperação dessas áreas e da conservação da água”.
Assim como o Plantando Águas, outros projetos realizados pela ONG contribuem com a conscientização da sociedade e a preservação da natureza, conheça alguns deles:
Calculadora de carbono
Outro trabalho de conscientização ambiental realizado pela ONG é a calculadora de carbono, que através de um questionário sobre as atividades que realizamos cotidianamente calcula a quantidade de CO2 que liberamos na atmosfera. O intuito é mostrar como cada ação que realizamos gera grande quantidade de gás carbônico e quantas árvores podemos plantar para compensar o impacto que provocamos. Para calcular basta acessar a página e preencher os campos.
Inventário de GEE e compensação de carbono Carbon Free
Empresas privadas interessadas em contribuir com a mitigação dos impactos ambientais podem realizar o Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) para calcular a sua pegada carbono, ou seja, a quantidade de emissões de CO2 efetuadas pelo seu negócio. Além disso, elas também podem conseguir o Selo Carbon Free, através do inventário e compensação dos efeitos de sua atividade através do restauro florestal.
Educação e capacitação ambiental
A Iniciativa Verde atua em larga escala no reflorestamento de áreas desmatadas. Através do Programa Amigo da Floresta, comunidades rurais recebem instruções adequadas para preparo do solo, plantio e manutenção de diversas árvores e plantas nativas na natureza.
Planos, metas e aplicativos digitais servem como apoio de trabalhos de conscientização para preservar os ecossistemas existentes, principalmente na Mata Atlântica. Entretanto, esse projeto é mais um de uma extensa lista a ser cumprida a risca pelo tripé formado por instituições, sociedade e governo a fim de amenizar os impactos ambientais.