Os índices de poluição do ar de mais da metade dos grandes centros urbanos pelo mundo estão 2,5 vezes mais altos do que os níveis propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo Esta foi estudo realizado com 1.600 cidades do banco de dados de 91 países. Dos locais estudados, apenas 12 % da população respiram um ar de qualidade. A Organização salienta que não é possível comparar as informações de cada cidade para elaborar um ranking, visto que o sistema de mensuração é distinto, até mesmo se difere dos dados do ano base (2011) e das informações atuais.
Segundo a OMS, uma cidade só pode afirmar que possui ar puro se apresentar uma média de até 10 microgramas de PM (partícula molecular). Qualquer valor acima desse índice representa riscos à saúde e prejudica, principalmente, os pulmões. São Paulo, por exemplo, ficou com 19 microgramas de PM – 2,5 micrômetros por metro cúbico de partícula poluidora, quase duas vezes o limite estabelecido pela entidade.
Diversos fatores interferem no cálculo desses índices e contribui para este aumento em todas as cidades, como a dependência das indústrias ao uso dos combustíveis fósseis, uso excessivo de automóveis e queima da biomassa (carvão) para aquecimento de ambientes internos.
No Brasil, a cidade de Santa Gertrudes (SP) teve índice de poluente na marca dos 44 PM, porém as causas da poluição não provêm totalmente da poluição provocada por indústrias e emissão de poluentes pelos automóveis. Neste caso, o ar da cidade recebe grandes quantidades de substâncias da cerâmica e da poeira provocada por caminhões quando transitam pela maioria das vias públicas de terra, sem pavimentação.
Em comparação global, a Índia pode ser considerada a cidade mais poluída do mundo. O país concentra a maior quantidade de cidades poluídas, sendo que a capital Delhi apresentou uma média de 153 microgramas de PM. Já em relação aos menores índices de cidades brasileiras, estão as cidades de Salvador (9 PM); Marília, no interior de São Paulo, com 11 PM ; e Presidente Prudente, 12 PM.
Só em 2012, a poluição já matou cerca de 7 milhões de pessoas. Para Flavia Bustreo, Diretora Geral Adjunta do departamento da Família, Infância e Saúde da Mulher da OMS, existe uma preocupação da organização em formular políticas públicas que tratem da sociedade. “[…] Este ar é perigoso para respirar. Dessa forma, um número crescente de cidades e comunidades ao redor do mundo estão se esforçando para melhor atender as necessidades de seus moradores, especialmente, crianças e idosos”, alerta.