Conhecido por maré negra, o derrame de produtos petroleiros vem afetando e poluindo mares e zonas litorâneas cada vez mais. Estima-se que essa exposição pode chegar a 10% do total anual da poluição dos oceanos.
Dentre as principais causas, estão a ruptura de oleodutos, o transporte de hidrocarbonetos em alto-mar, acidentes e as atividades de exploração petrolífera – plataformas de exploração de jazigos de petróleo, através de perfurações submarinas, localizadas nos limites das plataformas continentais.
As marés negras são consideradas umas das maiores catástrofes ecológicas em todo o mundo. Elas são causadoras de poluição dos mares e, infelizmente, são bastante comuns. Em 1964, no Alasca, cerca de 40.000 toneladas de óleo foram derramadas, matando 30.000 animais marinhos. Já em 1991, durante a Guerra do Golfo, mais de 600.000 toneladas de petróleo foram liberadas nas águas do Golfo Pérsico, uma das maiores e piores marés negras já ocorridas.
Em 2013, a ilha turística de Koh Samet, na Tailândia, foi atingida pelo petróleo que se espalhou no Golfo da Tailândia, após o rompimento de uma tubulação. Cerca de 50 mil litros de petróleo foram derramados no mar, a cerca de 20 quilômetros da costa da província de Rayong (sul). O produto atingiu a praia de Ao Phrao, em Koh Samet, onde centenas de soldados, moradores e funcionários do parque tentam removê-lo.
Mas, afinal, por que acontecem?
Os produtos petrolíferos, como os hidrocarbonetos, são insolúveis na água e menos densos, o que forma uma película na superfície da água e, consequentemente, origina grandes manchas de petróleo que alastram rapidamente.
Essas manchas impedem a entrada de luz nos oceanos e limita as trocas gasosas, resultando na asfixia de vários animais, devido à diminuição da quantidade de oxigénio dissolvido nas águas.
O problema ainda afeta as aves marinhas, já que as suas penas ficam impermeáveis, igualmente ao pelo de alguns mamíferos marinhos (focas, por exemplo), o que acarreta na morte por hipotermia. Além disso, há a possível ingestão de petróleo, que é extremamente tóxica. Neste contexto, as zonas litorâneas afetadas pelos derrames ficam, geralmente, estéreis durante vários anos.