Os pombos urbanos estão entre os animais mais detestados do planeta, sendo considerados sujos, transmissores de doenças e até mesmo comparados a “ratos voadores”. No entanto, nem sempre foi assim.
Durante milênios, essas aves foram vistas com respeito e reverência, tendo sido admiradas por figuras históricas como o imperador mongol Akbar, o Grande, e o cientista britânico Charles Darwin.
Descendentes de aves domesticadas, os pombos urbanos confiam extraordinariamente nos humanos e são atraídos para ambientes com alta densidade de pessoas. Eles caminham pelas ruas, abrigam-se em recantos criados pela arquitetura humana e se alimentam de restos de comida deixados pelos humanos. Apesar dessa proximidade, os pombos são constantemente rejeitados e até mesmo maltratados.
Paul Themis, cofundador do grupo London Pigeon String Foot and Rescue, dedica-se há 17 anos a ajudar os pombos na cidade. Ele explica que quase todas as suposições negativas sobre essas aves são mitos.
Estudos revelam que os pombos são inteligentes, capazes de identificar seres humanos individuais, recordar direções por anos e até mesmo compreender conceitos abstratos como espaço e tempo.
Além disso, a acusação de que os pombos estão infestados de doenças não se confirma. Eles são altamente resistentes à gripe aviária e, embora possam transmitir algumas doenças para os humanos, as infecções são relativamente raras.
Entre 1941 e 2004, houve apenas 207 relatos de patógenos transmitidos de pombos para humanos em todo o mundo, resultando em 13 mortes registradas.
Nadira Faber, professora de psicologia na Universidade de Bremen, explica que atitudes desfavoráveis em relação aos pombos podem ser interpretadas como especismo, uma forma de discriminação baseada na ideia de que algumas espécies são moralmente superiores a outras. No entanto, os pombos já foram associados ao amor, à fertilidade e à beleza celestial por diversas culturas ao longo da história.
Apesar do preconceito generalizado, grupos como o London Pigeon String Foot and Rescue se dedicam a ajudar os pombos urbanos, cuidando de seus pés mutilados e resgatando aves feridas.
Esses voluntários enfrentam reações que vão desde curiosidade até hostilidade por parte dos espectadores, mas permanecem firmes em sua missão de proteger e cuidar dessas aves rejeitadas.
Com informações de: BBC News Brasil