Quando se fala em rios poluídos, o Tietê, localizado em São Paulo, é um dos primeiros que vem à mente. Cerca de 400 toneladas de esgoto são depositadas nele diariamente. Com tanta sujeira, somente organismos que não precisam de oxigênio, como fungos e bactérias são capazes de sobreviver. Despoluí-lo mais parece um sonho que um projeto viável. Entretanto, é possível, sim, caso o tratamento de esgoto, previsto na Lei do Saneamento Básico, de fato fosse cumprida.
Quase 5 milhões de pessoas ainda jogam seus detritos diretamente no Rio Tietê. Para resolver esse problema uma das opções seria instalar estações de tratamento dentro do próprio rio. Aumentar a quantidade de esgoto tratado, que hoje está na margem de 64% na região metropolitana de São Paulo, também ajudaria bastante.
Há seis meses o governo de São Paulo lançou um plano de despoluição do Rio Tietê. Segundo a Sabesp, em 2020 todo o esgoto da região metropolitana deverá ser tratado. A empresa é responsável por 85% da coleta do esgoto da região metropolitana.
Um exemplo de sucesso é o rio Tâmisa, na Inglaterra, que começou a ser despoluído na década de 60 com um sistema de estações de tratamento. Foram removidos quase 100% dos esgotos lançados no rio que atualmente tem peixes em toda a sua extensão.
O cenário do rio Tietê torna o processo de despoluição um pouco mais lento, como a quantidade da vazão, estima-se que cerca de 5 milhões de pessoas ainda jogam o seu dejeto diretamente nele. Os encanamentos brasileiros separam a água da chuva e o esgoto em tubulações diferentes, sendo que somente o segundo é filtrado – o ideal seria que ambos corressem juntos. E a galeria pluvial, que desagua no rio, tem muitas ligações de esgoto clandestinas. Trata-se uma tarefa difícil e demorada, mas que é totalmente viável.