Nos grandes centros urbanos do Brasil são produzidos diariamente milhares de resíduos sólidos e transformados em bens de consumo. Porém, cerca de 80 mil toneladas desses resíduos são descartadas de forma inadequada todos os dias, correspondendo a mais de 40% do lixo coletado.
No início de outubro foram divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) os dados sobre a geração de resíduos sólidos urbanos no país em 2015. Os números chegaram a um total de 79,9 milhões de toneladas, com um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior. Além disso, foi registrado um aumento também de 0,8% na produção per capita de resíduos sólidos: de 1,06 Kg ao dia em 2014, para 1,07 Kg ao dia em 2015. Esses números colocam o Brasil como o quarto maior gerador de resíduos sólidos no mundo, sendo um dado muito preocupante.
A notícia boa é que, segundo esse levantamento, houve uma pequena melhora nos números sobre a destinação desses resíduos: 58,7% deles estão sendo levados aos locais adequados, como aterros sanitários. Mas ainda é preciso fazer muitas mudanças, pois 60% das cidades brasileiras, o equivalente a 3.326 municipios, ainda destinam de forma inadequada o seu lixo.
Carlos Roberto Vieira, presidente da Abrelpe, ressaltou: “Uma das pistas que temos para explicar esse problema, essa nossa deficiência e porque temos levado tanto tempo para avançar, está no volume de recursos aplicados no setor de resíduos sólidos, que em 2015 foi de R$ 10 por habitante por mês para fazer frente a todos os serviços de limpeza urbana”.
Os altos índices observados nos anos anteriores de serviços de coleta se mantiveram no ano de 2015, com uma porcentagem de 90,8%. Entretanto, as diferenças regionais ainda persistem: no Sudeste, 97,4% do lixo produzido é coletado; logo atrás estão as regiões Sul, com 94,3%, Centro-Oeste (93,7%), Norte (80,6%) e Nordeste (78,5%).
De forma geral, os dados mostram os importantes avanços na gestão de resíduos sólidos, mesmo ainda tendo uma deficiência considerável que precisa ser superada o mais rápido possível, pelo bem do meio ambiente, da saúde pública da população e da qualidade de vida.
Para ver a pesquisa completa acesse o site da Abrelpe e faça o download da edição de 2015 do Panorama dos resíduos sólidos no Brasil.