Consideradas como itens da moda por uns e acessórios bregas por outros, as pulseiras de silicone dividem opiniões em relação ao figurino, porém, de acordo com cientistas da Universidade do Estado de Oregon (OSU, sigla em inglês), as peças, utilizadas anteriormente apenas como enfeites, podem atuar como ferramenta de combate à poluição. Para chegar a essa conclusão os pesquisadores norte-americanos examinaram os artigos usados por alguns indivíduos e constatam que o silicone absorve diversas substâncias presentes na atmosfera.
Desenvolvido pelos estudiosos Steven O’Connell, Laurel Kincl e Kim Anderson, do Departamento de Meio Ambiente e Toxicologia Molecular e Faculdade de Saúde Pública e Ciências Humanas, da OSU, o artigo afirma que o material que compõe as pulseiras “aspira” os mesmos componentes a que as pessoas estão expostas frequentemente. Desta forma, os objetos agem como dispositivos de monitoramento das condições do ar e são mais baratos do que os monitores estacionários de mais avançada tecnologia e que exigem maiores despesas.
A metodologia empregada na apuração foi a utilização dos acessórios de silicone por 30 indivíduos, que portaram as peças durante um mês, visando o contato com as toxinas frequentes em seu dia a dia. Por meio da técnica de amostragem passiva os pesquisadores confirmaram a captação de 49 compostos e, sendo assim, os principais elementos achados foram: pesticidas, retardador de chamas, solventes, resinas sintéticas, nicotina e inseticidas domésticos.
No intuito de facilitar a popularização do procedimento de averiguação de poluição atmosférica, os cientistas relataram a forma para a realização do monitoramento. Basicamente, é preciso que as pulseiras sejam previamente limpas, estejam secas após as experiências e são necessários três ciclos de extração em dois períodos de tempo (de 2h ou 24h) para examinar com eficiência.
Portanto, com a possibilidade de gerar grande benefício à vida na Terra, cabe aos centros de estudos brasileiros e internacionais a busca pelo desenvolvimento de instrumentos capazes de tornar esse conhecimento acessível ao cidadão, uma vez que as pulseiras já estão disponíveis no mercado e o cuidado com a saúde humana e ambiental é uma tendência que nunca sai de moda.