Muito comum na América do Sul, o sabiá-laranjeira é o tipo de sabiá mais conhecido em todo o mundo. Mas foi no Brasil que ele se tornou um “símbolo representativo da fauna do país”. Pelo menos, é o que consta em um Decreto de 2002, que impõe que as comemorações nacionais do Dia da Ave se concentrem, principalmente, no animal.
Bastante citado e reconhecido por diversos poetas como a ave que canta o amor e a primavera, o pássaro já era símbolo do Estado de São Paulo desde a década de 1960. Em 2013, durante a Copa das Confederações, a espécie foi utilizada como simbolo oficial.
A ave símbolo do Brasil é base e parte de muitas canções e poemas, como a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. A lista se estende para célebres artistas como Chico Buarque, Tom Jobim, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Milton Nascimento, entre outros.
Original de florestas abertas e campos, o animal tem como característica principal a facilidade de adaptação, que o levou para grandes centros urbanos. Seu canto longo, que pode durar até dois minutos, pode ser ouvido principalmente no período reprodutivo, antes do amanhecer e ao anoitecer, quando a ave utiliza o artifício para atrair a fêmea e demarcar seu território.
Esse hábito noturno e a sua presença cada vez mais comum nas cidades vem causando transtornos aos moradores, que reclamam dos cantos no meio da noite – estudos apontam que, a noite, o animal fica até 5 metros de distância do ninho para poder ensinar aos filhotes como cantar.
A reclamação, no entanto, não é a mesma para os índios. De acordo com uma lenda antiga, durante as madrugadas de início de primavera, quando uma criança ouve o canto do pássaro, ela é abençoada com amor, felicidade e paz.
De acordo com especialistas, uma das diferenciações mais importantes da espécie, é de que nunca um animal vai cantar igual ao outro. Eles são diferentes e contam com melodias diferentes, o que os coloca em posição de destaque perante outras aves.
Criação em cativeiro
Por ser muito apreciada e agradável, a cantoria deu destaque maior ao sabiá, que tornou-se uma ave de estimação e pode ser criado em cativeiro com sucesso. No entanto, é preciso fazer algumas adaptações e ter bastante cuidado – como visitas a veterinários –, já que o animal pode ter um colapso ou serios problemas de adaptação em uma gaiola.
Neste sentido, é preciso, também ter uma licença do IBAMA para a criação, o que garante uma fiscalização mais rigorosa e assegura a qualidade de vida do animal. É importante lembrar que, no Brasil, manter um animal silvestre preso em cativeiro sem a autorização e licença do órgão regulamentador é considerado um crime.