Alguns rios se encontram em estados tão extremos de poluição que parecem ser impossíveis de recuperar. Felizmente, porém, nada é impossível por meio da tecnologia, conscientização e projetos que visam a despoluição de um rio que aparentemente está condenado. Um bom exemplo dessa situação aconteceu com o Rio Sena.
Como foi feita a despoluição do Rio Sena?
O Rio Sena é considerado o mais importante da França e, na década de 1960, ele foi considerado biologicamente morto. A partir de então, ele foi incluído em uma série de leis de proteção ambiental e em projetos nos quais foram investidos milhões de euros ao longo dos anos. No geral, as ações consistiam em formas de recuperar o ecossistema do rio e na criação de estações de tratamento.
Atualmente, estudiosos de todo o mundo constatam o que os franceses já esperavam: o rio foi despoluído e está vivo! A água é cristalina e há uma variedade de peixes e outros seres vivos, sendo que o rio é seguro até mesmo para a presença de humanos autorizados. Levou algumas décadas, mas hoje em dia o Rio Sena pode ser visto novamente como um cartão-postal de Paris, além de um membro essencial para o ecossistema francês.
A despoluição dos rios brasileiros é possível?
Sim! Na verdade, a recuperação do Rio Sena deve servir como inspiração. Em 2013, foi assinado um acordo de cooperação entre o governo francês e o de São Paulo, que pretende aplicar no rio Tietê até 50 iniciativas similares às usadas no Sena. Considerado o mais poluído do Brasil e destaque entre os rios mais poluídos do mundo, o Tietê apresenta uma situação tão preocupante que apenas seres vivos que não precisam de oxigênio, como bactérias e fungos, conseguem sobreviver no local.
Outras iniciativas e soluções também estão sendo buscadas por empresas e organizações brasileiras. A tecnologia despoluidora The Water Cleanser, da Austrália, já vem sendo testada em rios brasileiros, e pode ajudar muito em breve.
Ainda assim, o processo de recuperação é muito demorado. O Brasil é um dos países com o maior índice de poluição de água no mundo todo, o que é especialmente assustador considerando que também possuímos uma das maiores reservas de água doce do planeta. Esse problema surge tanto da falta de conscientização da população, que joga dejetos nos mais diversos rios, como da falta de tratamento básico de esgoto na maioria dos municípios.
Em outras palavras, podemos dizer que a despoluição de rios brasileiros é possível, mas apenas com esforços conjuntos de diferentes esferas — o que inclui o âmbito governamental e o social. No primeiro caso, é preciso usar tecnologias, projetos e iniciativas aprovadas e eficazes em outros países, adaptadas para a realidade brasileira. Além disso, são necessárias campanhas de conscientização da população.
Por parte dos cidadãos, é fundamental que todos devem realmente seguir as orientações e evitar todo tipo de ação que cause poluição. Por mais que a falta de saneamento básico seja um dos principais causadores deste problema, nenhuma ação será muito eficiente se as pessoas continuarem com o hábito destrutivo de jogar lixo em rios.
Imagem: istock.com / Leonid Andronov