Por volta de 1970, governos e entidades começaram a dar atenção às consequências de suas ações no meio ambiente. Quatro décadas depois ainda existem dificuldades para controlar a exploração desenfreada dos recursos naturais.
O modelo capitalista de desenvolvimento, cada vez mais arraigado nas sociedades atuais, exerce uma pressão muito forte sobre o meio ambiente, o que culminou em uma crise ambiental global.
Segundo o relatório “Panorama Ambiental Global (Geo-5)”, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) durante o Rio+20, poucos avanços ocorreram em algumas metas criadas em 1992 para reduzir os efeitos das crises ambientais. Foram apontados sérios agravamentos da crise global, principalmente no desmatamento das florestas, na pesca excessiva e no controle das alterações climáticas, da desertificação e das secas.
Se nenhuma medida for tomada para deter o aquecimento global, em 50 anos a temperatura da terra aumentará em 3°C, causando secas, falta de água, derretimento de geleiras, o aumento da temperatura e do nível dos oceanos, entre outras várias consequências ambientais, revela o Geo-5.
Outros dados do relatório apontam que o desmatamento anual soma 13 milhões de hectares de florestas devastadas, que cerca de 20% das espécies invertebradas estão ameaçadas e que o uso mundial de água triplicou nas últimas cinco décadas.
A floresta amazônica – um dos mais importantes biomas do mundo – perderá pelo menos um terço de sua área devido a queimadas e secas em menos de 100 anos. Ainda segundo o relatório, com o uso indiscriminado dos recursos hídricos pode faltar água potável para mais de 600 milhões de pessoas até 2015.
Os prejuízos ambientais acabam culminando na degradação da saúde população, na pobreza, na fome e na desigualdade social extrema. Outro relatório, dessa vez da Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que a cada R$ 1 gasto com saneamento básico, R$ 4 investidos em tratamentos de saúde são poupados.
Embora o ritmo de desenvolvimento econômico e da consequente degradação da natureza seja diferente nas diversas regiões, as consequências para o futuro do planeta atingem a todos. Nos países subdesenvolvidos os impactos da crise ambiental são mais agressivos, mesmo que a maior parte deles seja responsável por apenas uma pequena parcela do problema.
Já a Europa e a América do Norte, assim como países da região da Ásia-Pacífico, têm utilizado os recursos naturais de forma insustentável. O Brasil não fica de fora: é o sexto maior emissor de CO2 do mundo!
O futuro do planeta – e de todos nós – depende de uma modificação global de pensamento e atitudes. Segundo a ONU, apenas com a criação de políticas públicas internacionais e de modelos de desenvolvimento sustentáveis será possível combater a crise ambiental global que assombra o planeta.