A história da humanidade foi marcada por grandes invenções que, se não tivessem sido criadas, não permitiriam que o mundo se encontrasse na situação em que está atualmente. A descoberta do fogo, a invenção da roda e da escrita são apenas alguns exemplos, assim como a energia elétrica — que hoje é fundamental em praticamente todas as esferas da vida humana.
No entanto, como quase todas as intervenções do homem na natureza, a produção de energias causa impactos ambientais em maior ou menor grau, dependendo da fonte energética utilizada. Entenda a seguir quais são os principais impactos ambientais causados pelas fontes de energia existentes atualmente:
Principais fontes de energia e seus impactos ambientais
Energia fóssil
Este tipo de energia é produzido a partir do petróleo, carvão e gás natural, sendo que os impactos ambientais causados pelas fontes de energia baseadas em fóssil estão dentre os mais preocupantes — uma vez que além de serem as principais responsáveis pelo efeito estufa e causam poluição atmosférica devido aos gases produzidos na combustão.
Além disso, a extração desses recursos pode causar danos aos ecossistemas locais, como desmatamento, contaminação de água e solo.
Energia hidráulica
Como o nome indica, este tipo de energia é produzido por meio da força mecânica promovida pela movimentação de turbinas pela força da água. Trata-se da principal matriz energética do Brasil, uma vez que existem diversas usinas hidrelétricas instaladas nos rios que compõem a maior rede hídrica do mundo.
Apesar de ser considerada uma fonte renovável, a construção de hidrelétricas pode causar impactos significativos, como alagamento de grandes áreas, alteração no fluxo dos rios, perda de biodiversidade e deslocamento de comunidades.
Além disso, a decomposição da matéria orgânica submersa nos reservatórios pode gerar emissões de metano, um potente gás de efeito estufa.
Energia nuclear
Os impactos ambientais causados pelas fontes de energia nuclear são os que mais preocupam os ambientalistas. Isso porque os resíduos produzidos pela energia nuclear são altamente contaminantes, tanto para o meio ambiente quanto para o homem, e ainda não existe nenhuma alternativa de descarte 100% segura.
Além disso, as usinas nucleares estão sujeitas a acidentes como os famosos casos ocorridos em Chernobyl e, mais recentemente, em Fukushima.
No entanto, avanços tecnológicos têm buscado tornar a energia nuclear mais segura e eficiente, com reatores de nova geração que produzem menos resíduos e têm menor risco de acidentes. Alguns países, como França e Japão, ainda veem a energia nuclear como uma alternativa importante para reduzir as emissões de carbono.
Biomassa
A energia da biomassa é produzida a partir de matéria orgânica, como resíduos agrícolas, florestais e urbanos. Embora seja considerada uma fonte renovável, a produção em larga escala pode levar ao desmatamento e à competição por terras agricultáveis.
Além disso, a queima de biomassa ainda gera emissões de gases poluentes, embora em menor escala que os combustíveis fósseis.
Novas tecnologias, como a produção de biocombustíveis de segunda geração a partir de resíduos, têm o potencial de tornar a biomassa uma fonte mais sustentável. O uso de sistemas de captura e armazenamento de carbono também pode ajudar a mitigar as emissões.
Energias limpas e renováveis
As energias solar, eólica, geotérmica e das ondas são consideradas as mais limpas e renováveis atualmente. Seus impactos ambientais são relativamente baixos, limitando-se principalmente à alteração de paisagem e ao uso de terra para a instalação de equipamentos.
Nos últimos anos, houve um grande avanço na eficiência e redução de custos dessas tecnologias, tornando-as cada vez mais competitivas. Muitos países têm investido fortemente em energias renováveis como parte de suas estratégias de descarbonização.
O Brasil, com seu grande potencial solar e eólico, também tem expandido sua capacidade instalada, embora ainda haja espaço para maior aproveitamento.
Transição energética
Diante dos desafios das mudanças climáticas e da necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável se torna cada vez mais urgente.
Isso envolve não apenas a adoção de fontes renováveis, mas também medidas de eficiência energética, mudanças nos padrões de consumo e políticas públicas que incentivem essa transição.
Cada país deve avaliar seu potencial e suas necessidades para definir a melhor estratégia energética, levando em conta aspectos ambientais, sociais e econômicos.
A cooperação internacional e o compartilhamento de tecnologias também são fundamentais para acelerar essa transição em escala global.
Embora ainda haja desafios a serem superados, as soluções para uma energia mais limpa e sustentável já existem. Cabe a todos nós, como sociedade, fazer escolhas conscientes e pressionar por mudanças que nos levem a um futuro de baixo carbono.
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