Não é novidade que o ser humano é o responsável por colocar em risco as demais espécies de animais que habitam o planeta. O desmatamento, a caça predatória, a poluição são alguns dos tópicos mais divulgados quando o assunto é esse. Porém, há outro problema que passa, muitas vezes, despercebido: o atropelamento de animais silvestres em rodovias que cortam o Brasil.
De acordo com o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) da Universidade Federal de Lavras (MG), 475 milhões de animais são mortos por acidentes em estradas do país, o que corresponde a um óbito a cada 15 segundos ou 1,3 milhões por dia.
Do total, 430 milhões de animais correspondem a pequenos vertebrados, como sapos, cobras e aves. Outros 43 milhões são tem porte médio, como gambás, macacos e lebres. Já animais maiores, como onças, capivaras e lobos correspondem a dois milhões de mortes ao ano.
No entanto, existem alguns projetos que procuram chamar a atenção para a causa. O CBEE, por exemplo, fechou uma parceria com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), propondo soluções ao problema. Responsável pelo Projeto Malha, o Centro reúne, sistematiza e disponibiliza informações sobre a mortalidade da fauna selvagem nas rodovias e ferrovias brasileiras. Os acidentes são colocados no Banco de Dados Brasileiro de Atropelamento de Fauna Selvagem (BAFS) e as informações coletadas pelo Sistema Urubu, um aplicativo para tablets e smartphones.
A Floresta Nacional de Silvania, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, a Reserva Biológica União, a Floresta Nacional de Piraí do Sul, a Reserva Biológica Guaribas e o Parque Nacional Serra dos Órgãos já fazem parte do Projeto Malha. A intenção é que as Unidades de Conservação (UCs) federais que tenham estradas ou rodovias entrem para o programa. A expectativa é que até 2015 pelo menos 20, das 313 UCs federais administradas pelo ICMBio, façam parte do projeto.