Tem gente que tem medo, nojo e outras pessoas que adoram, mas a única certeza é que existem espécies incríveis de sapos, de todos os tipos, no território brasileiro. Dos mais conhecidos que até podem se encontrados na cidade, aos mais raros que só habitam florestas distantes, todos os anos são descobertas novas espécies que encantam pela beleza e outros atributos, como o tamanho, por exemplo.
Falando em tamanho, uma recente descoberta no sul do país chamou a atenção de todos. Sete novas espécies e minissapos do gênero Brachycephalus foram descobertas em montanhas com quase dois mil metros de altura em Santa Catarina e Paraná, sendo que os animais não passam de um centímetro de comprimento. Este detalhe, inclusive, coloca a espécie entre as menores de todo o mundo (de sapos), disputando com outros sapos de Papua Nova Guiné (8 mm) e de Cuba (10 mm).
A excursão responsável pela descoberta foi coordenada pelo biólogo Luiz Fernando Ribeiro, 42, um verdadeiro expert quando o assunto é encontrar sapos. Ele faz parte de projetos de estudo do Mater Nature Marcio Pie. A descoberta das oito novas espécies de minissapos já foi publicada na Peerj (revista científica) e traz o detalhamento do trabalho.
Os minissapos encontrados e catalogados medem entre nove e treze milímetros e possuem características distintas de outros anfíbios, como menor quantidade de dedos nas mãos e nos pés, habitat natural exclusivamente terrestre e produção de apenas quatro ovos no máximo por vez. Além disso, ao contrário de outros sapos, estes caminham e não saltam durante o deslocamento. As novas espécies, segundo os pesquisadores responsáveis pela descoberta, estão ameaçadas de extinção devido à falta de habitats naturais úmidos e frios. Por isso, vivem no alto de montanhas no sul do país.
Interessante que, para atrair a atenção dos bichos, os pesquisadores têm que esperar os meses de outubro e janeiro (verão) quando os machos iniciam o processo de acasalamento através do canto. Assim que os sapos aparecem é preciso se aproximar com cuidado e registrar em um gravador os coaxos dos machos, que é semelhante ao de um grilo.