Setembro não é apenas um mês agitado para a indústria da moda devido às semanas da moda da temporada Primavera/Verão 2024 em cidades como Nova York, Londres, Milão e Paris. Também é um período crucial para o consumo consciente, graças à campanha “Second Hand September” (“Setembro de Segunda Mão”), uma iniciativa que integra o calendário da moda sustentável desde 2019.
Esta campanha, criada pela ONG britânica Oxfam, atuante globalmente, tem como objetivo sensibilizar as pessoas para, ao longo de 30 dias, adquirirem roupas de segunda mão, comprarem em brechós, doarem, alugarem, trocarem entre si e, sobretudo, adotarem hábitos que reduzam o desperdício e promovam uma mentalidade mais consciente, levando em consideração as mudanças climáticas.
A Oxfam destaca a importância desta iniciativa, afirmando que a indústria da moda é uma das maiores contribuidoras para as emissões de gases de efeito estufa. Por exemplo, a produção de um novo par de calças jeans emite cerca de 16,2 kg de dióxido de carbono (CO2), o equivalente a dirigir mais de 93 quilômetros de carro.
A campanha enfatiza que essa mudança é essencial para reverter o modelo de consumo da indústria da moda. Comprar roupas usadas amplia a vida útil de peças já existentes, reduzindo assim o impacto ambiental. No entanto, muitas vezes, as pessoas têm preconceitos em relação a roupas de segunda mão.
Empresas como a Troc, uma startup de moda circular, estão demonstrando que essa prática não é apenas benéfica para o meio ambiente, mas também para causas sociais. A Troc economizou mais de 1,4 bilhão de litros de água e evitou que cerca de 213,6 toneladas de roupas fossem parar em aterros sanitários. Além disso, contribuiu para reduzir em 1.663,7 toneladas as emissões de CO2 na atmosfera.
No aspecto social, a Troc direciona peças que não podem ser vendidas para doação a organizações não governamentais (ONGs). Mais de 62 mil peças de roupas já foram doadas para ONGs parceiras.
Embora a compra de roupas de segunda mão ainda não seja tão difundida no Brasil em comparação com a Europa e os Estados Unidos, a tendência está ganhando força. Grandes negócios de segunda mão e redes de varejo têm desempenhado um papel fundamental na popularização dessa prática. Além disso, influenciadores e celebridades estão cada vez mais envolvidos, com lojas em brechós e parcerias com marcas de segunda mão.
Para aqueles que estão começando a comprar roupas usadas, a mensagem é clara: essa prática é amiga do meio ambiente, do orçamento e do estilo. Produtos de segunda mão geralmente são 70% a 80% mais baratos do que seus equivalentes novos, uma economia significativa para o consumidor consciente.
Com informações da CNN Brasil.