Originário da Austrália, o eucalipto teve seu plantio intensificado no Brasil no início do século passado, quando era transformado em lenha para as maria-fumaças. Já no final dos anos 1920, as siderúrgicas começaram a aproveitar a madeira do eucalipto, transformando-o em carvão vegetal utilizado no processo de fabricação de ferro-gusa, dando início a uma nova aplicação.
A partir de então, a planta vem sendo aproveitada em diversos setores como um todo: das folhas, por exemplo, extraem-se óleos para produtos de limpeza e alimentícios, perfumes e até remédios; já o tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para minas, mastros para barco, tábuas para embalagens e móveis. Vale mencionar, ainda, que esta espécie é uma alternativa de geração de energia renovável ao petróleo e ao gás natural.
Mas é outra parte que vem fazendo sucesso nos últimos tempos: a fibra, utilizada como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose.
Atualmente, o eucalipto vem sendo bastante cultivado em formato de silvicultura, prática que se intensificou em 1970, quando o governo lançou um incentivo à recuperação das florestas. O termo refere-se tanto a cultura e reprodução, quanto ao desenvolvimento das árvores florestais, atuando na regeneração de florestas.
Muitas indústrias de papel ou de celulose enxergam nesse método uma maneira de produzir e não prejudicar o meio ambiente. Para elas, a ideia é proporcionar vantagens tanto sociais quanto econômicas, já que a sociedade é beneficiada com a geração de emprego e, consequentemente, de renda.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF), o Brasil possui as melhores tecnologias de silvicultura de eucalipto do mundo, já que as empresas investem bastante no método. De acordo com estudos, algumas importantes funções das florestas plantadas são:
• Diminuição da pressão sobre florestas nativas;
• Reaproveitamento de terras degradadas pela agricultura;
• Sequestro de carbono;
• Proteção do solo e da água;
• Ciclos de rotação mais curtos em relação aos países com clima temperado;
• Maior homogeneidade dos produtos, facilitando a adequação de máquinas na indústria.
Apesar dessas vantagens, o processo divide opiniões. Ambientalistas afirmam que a silvicultura colabora para a criação de “desertos verdes” e, consequentemente, eliminação da biodiversidade natural do local.