A presença de árvores traz não só qualidade de vida à quem está cercada por elas, como também é uma aliada financeira, quando presentes em áreas urbanas.
As árvores são capazes de esfriar significativamente as temperaturas nas cidades. Em climas quentes, mais árvores podem reduzir o gasto de energia com ar condicionado, diminuindo o consumo de combustíveis fósseis poluidores.
Investigações experimentais e estudos de modelagem nos Estados Unidos mostraram que a sombra das árvores pode reduzir os custos das casas com ar condicionado em 20% a 30%. Com elas, a temperatura das cidades poderia diminuir em até 8°C e, com a consequente redução do uso de ar condicionado, é possível minimizar também as emissões relacionadas ao aparelho em até 40%.
Plantio
Para cultivar árvores em áreas urbanas, o plantio precisa ser feito corretamente. As espécies plantadas devem ser aquelas mais eficazes na captura de poluição, normalmente as caracterizadas por folhas grandes.
De acordo com o estudo “Árvores e os efeitos da floresta na qualidade do ar e na saúde humana nos Estados Unidos“, o material particulado, que é prejudicial aos pulmões, é retido na superfície das árvores, enquanto as folhas atuam como filtros, absorvendo gases poluentes e beneficiando a nossa saúde.
As autoridades também precisam levar em conta questões como padrões de vento e espaçamento entre as árvores. Se a água é escassa, precisarão considerar as variedades tolerantes à seca e evitar as árvores que aumentam o pólen e as alergias.
Muralha Verde
No planeta, o continente africano vem se preparando para que uma grande muralha verde dê vida à toda a extensão do norte da África, uma região semi-árida que se estende do Senegal ao Djibuti. Ela terá 8.000 km de comprimento e 15 km de largura.
Há uma década o projeto vem sendo executado, com 15% em andamento. Mesmo com pouco tendo sido feito, a iniciativa já modifica algumas paisagens, antes degradadas, fornecendo segurança alimentar, empregos e um motivo para milhões de pessoas permanecerem vivendo nesses locais.
Ação do gênero, em áreas urbanas, está sendo desenvolvida pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e outros parceiros. Ela visa criar até 500 mil hectares de novas florestas urbanas e restaurar ou manter até 300 mil hectares de florestas naturais existentes em torno de 90 cidades do Sahel e da Ásia Central até 2030. Uma vez estabelecido, este “Grande Muro Verde das Cidades” capturaria de 0,5 a 5 gigatoneladas de dióxido de carbono por ano e estoque de carbono durante séculos.
A ONU Meio Ambiente ressalta que há espaço para o plantio de um trilhão de árvores a mais, além das 3 trilhões que já existem na Terra, e que plantar árvores nativas, apoiadas por comunidades locais, é um bom caminho a seguir para a restauração do ecossistema.