Algumas substâncias bastante presentes em nosso cotidiano podem ser consideradas verdadeiras ameaças tóxicas à nossa saúde. E alguma delas nós nunca nem sequer ouvimos falar. Este é o caso do pouco conhecido, mas muito comum antimônio.
Pertencente à categoria dos metaloides, esta substância pode se apresentar de forma mais ou menos metálica e está presente naturalmente em algumas regiões da crosta terrestre. Em nossa vida cotidiana, podemos encontrar pequenas quantidades de antimônio em materiais como eletrodos de baterias de automóveis, ligas metálicas e alguns tipos de vidro.
Os compostos de antimônio, principalmente os trióxido de antimônio, são usados para retardar a propagação de chamas em tecidos, plásticos, adesivos, tintas, papel, borracha. Também são usados em explosivos e pigmentos. Na liga com outros metais, a substância compõe chapas de solda, tubulações, rolamentos e até armas. Seu principal uso medicinal se dá no tratamento de leishmaniose, para ajudar os enfermos na indução do vômito. Além disso, resíduos da substância podem ser geradas por abrasão e estar presentes em pequenas quantidades na água, no solo e no ar.
Até aqui, o antimônio parece bastante inofensivo, certo? Pois é justamente aí que mora o perigo. A ingestão constante desta substância, ainda que em pequenas quantidades, pode gerar uma série problemas à saúde.
De modo geral, as populações – mesmo nas grandes cidades, onde o antimônio ganha uma quantidade considerável de uso – estão expostas aos níveis baixos da substância, principalmente na água e nos alimentos sem que grandes danos sejam percebidos. Mas uma exposição aguda pode gerar consequências mais sérias. A inalação excessiva da substância, por exemplo, pode levar irritação na pele e nos olhos, inflamação nos pulmões, bronquite e enfisema crônica.
Segundo dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), o trióxido de antimônio é classificado como possivelmente carcinogênico para o ser humano, indicando uma maior tendência ao desenvolvimento de câncer aos que se expõem a esta formulação com a substância.
É bastante rara a morte pela ingestão de uma grande dose única de antimônio, já que o organismo tende a expelir a substância antes que esta se torne fatal. São mais comuns as mortes por muitas doses pequenas. Embora estas doses constantes precisem ser muito maiores do que as que estamos continuamente expostos, é importante reconhecer a toxicidade e o perigo que o antimônio representa.