Constituída por um conjunto de formações florestais e associada a alguns ecossistemas, como as restingas, manguezais e campos de altitude, a Mata Atlântica possuía uma área de aproximadamente 1.300.000 km2, distribuída em 17 estados do território brasileiro.
Atualmente restam 8,5 % de remanescentes florestais acima de 100 hectares da sua cobertura original. Essa redução da área impacta o mundo inteiro, já que a Mata Atlântica é uma das áreas mais ricas em biodiversidade e, também, a mais ameaçada do planeta.
Com uma vegetação composta por florestas ombrófilas densa, aberta e mista, florestas estacionais deciduais e semideciduais, campos de altitude, mangues e restingas a Mata Atlântica foi decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988.
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, é possível encontrar na Mata Atlântica cerca de 20.000 espécies vegetais, sendo 8.000 endêmicas, correspondente a 35% das espécies existentes no Brasil, incluindo espécies ameaçadas de extinção.
Além disso, a floresta é habitat de, aproximadamente, 990 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes.
Estima-se que atualmente mais de 61% da população brasileira viva na região. Os dados são do Censo Populacional 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revelou que são mais de 112 milhões de habitantes em 3.284 municípios.
Entre os benefícios provenientes da Mata Atlântica, além da grande biodiversidade, estão a regulagem do fluxo de mananciais hídricos, controle do clima e o fato da área ser rica em fonte de alimentos e plantas medicinais. Além disso, na região concentram-se sete das nove bacias hidrográficas brasileiras.
Aliado a tudo isso, o ecoturismo e o lazer contribuem para a geração de renda e melhoria de qualidade de vida. A economia da região também é abastecida pelos ciclos de cana-de-açúcar, café, ouro, agricultura e agropecuária.
Apesar dos benefícios econômicos essas ações geram riscos e problemas ambientais, já que há exploração predatória de madeira e espécies vegetais, industrialização, expansão urbana desordenada e muita poluição. Neste contexto, o governo em parceria com organizações não governamentais vem criando mecanismos para conter a degradação e proteger as áreas.
A situação atual da Mata Atlântica chamou a atenção de uma equipe internacional de cientistas que vai desenvolver uma pesquisa multidisciplinar para conhecer melhor a distribuição de espécies animais e vegetais na Mata Atlântica brasileira. O projeto é coordenado por Ana Carnaval, do City College of New York, Estados Unidos, e Cristina Miyaki, da Universidade de São Paulo, com financiamento da FAPESP e da National Science Foundation (NSF).