O ano de 2023 trouxe revelações importantes sobre o estado ambiental do Brasil, com contrastes significativos nas taxas de desmatamento entre a Amazônia e o Cerrado. Enquanto a Amazônia testemunhou uma queda notável, o Cerrado viu suas áreas devastadas aumentarem substancialmente. Neste blog, exploraremos os dados, as razões por trás dessas mudanças e as implicações para a sustentabilidade.
Queda na Amazônia, ascensão no Cerrado
De acordo com o sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia reduziu-se em 50% em comparação com 2022. No entanto, o Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil, experimentou um aumento alarmante de 43%, marcando a primeira vez que o sistema Deter registrou tal desmatamento na região.
Dados expressivos
Os números absolutos revelam 5.151 km² de desmatamento na Amazônia e 7.828 km² no Cerrado. Um ponto crucial a notar é que o Cerrado, ocupando 22% do território nacional, superou a Amazônia em área desmatada. Os estados de Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e Bahia lideram as estatísticas, com municípios como São Desidério (BA) e Altamira (PA) registrando as maiores degradações em cada bioma, respectivamente.
Perspectivas gerais: queda geral, desafios locais
Apesar dos contrastes marcantes, a perda total de vegetação nos dois biomas somou 12.979 km² em 2023, uma redução de 18% em relação a 2022. No entanto, o cenário apresenta desafios distintos. O Inpe não especifica a porcentagem de desmatamento legal ou ilegal, levantando questões sobre a eficácia das políticas existentes.
Explicando as discrepâncias: código florestal e governança
O Ministério do Meio Ambiente enfatiza que a diferença entre os dados de Amazônia e Cerrado está relacionada à proteção do Código Florestal. Enquanto na Amazônia, 80% da área com cobertura vegetal nativa em propriedades privadas é protegida, no Cerrado, o percentual é de apenas 20%. O ministério destaca a queda do desmatamento na Amazônia como resultado da retomada da governança ambiental e climática.
Perspectivas futuras e desafios
Especialistas apontam para a necessidade de distinguir entre desmatamento legal e ilegal. A falta de clareza nesse aspecto dificulta a formulação de estratégias eficazes. Enquanto o governo celebra avanços, a mistura de dados legal e ilegal preocupa, tornando essencial um debate aprofundado e soluções específicas para cada contexto.
O balanço ambiental de 2023 destaca a complexidade do desafio ambiental no Brasil. Enquanto a Amazônia testemunha melhorias, o aumento no Cerrado destaca a necessidade de abordagens específicas para cada bioma. Diante desse cenário, é crucial buscar soluções que respeitem as particularidades de cada região, promovendo uma abordagem mais eficaz e sustentável para a preservação ambiental no país.
Com informações do UOL.