Pauta de quase todas as discussões relacionadas ao meio ambiente e ao futuro do planeta, o desmatamento é uma pedra no sapato de órgãos do governo nacional e mundial na luta contra os problemas ambientais. Essa preocupação que gira em torno do tema, na verdade, tem todo o fundamento. Isso porque, o problema vem aumentando com o crescimento desenfreado das cidades e a ampliação dos grandes centros urbanos.
Ao contrário do que se acreditava os maiores responsáveis pelo desmatamento não são as pessoas que moram próximas às florestas, mas sim a população que vive a milhares de quilômetros de qualquer mata.
A urbanização e o desmatamento andam juntos porque para atender a grande demanda populacional é preciso abrir novos espaços. Dessa forma, áreas enormes de matas são derrubadas para dar lugar à construção de, por exemplo, rodovias que cruzam os quatro cantos do país, condomínios residenciais e polos industriais.
Além disso, a expansão da agropecuária para industrialização dos bens de consumo que atendem a população da cidade também é uma das principais causas do desmatamento no Brasil e no mundo.
Isso é o que aponta um estudo realizado pelo Nature GeoScience. Intitulado “Deforestation driven by urban population growth and agricultural trade in the twenty-first century” (“Desmatamento impulsionado pelo crescimento da população urbana e do comércio agrícola no século XXI”, em inglês), a pesquisa revelou que a demanda internacional por produtos agrícolas é o maior vilão por trás do desmatamento.
Dessa forma, o estudo contraria algumas das teorias mais antigas sobre o assunto, que traziam a presença de homens nas florestas como a grande causadora do desmatamento.
Essa busca por commodities (produtos no seu estado bruto, ou seja, matéria-prima) resulta na queimada de grandes áreas de florestas, que dão lugar ao pasto ou ao cultivo de produtos agrícolas. É por isso que, mesmo com a queda da população rural, o desmatamento segue aumentando.
Ações visam à redução do desmatamento
O desmatamento no Brasil é bastante preocupante. Isso porque o país rico em áreas verdes vem perdendo florestas e árvores desenfreadamente. O problema, além de causar o empobrecimento da biodiversidade e contribuir para a concentração de gás carbônico na atmosfera, destrói o hábitat de insetos e outros animais, que se tornam transmissores de doenças.
Por conta disso, o governo esta tomando atitudes que visam à melhoria da situação. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) assinou em agosto um termo de compromisso com o Ministério Público Federal para reduzir o desmatamento em assentamentos na Amazônia Legal em até 80% até 2020, levando em conta os índices verificados em 2005. O acordo abrange a região formada por Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.