A água, um dos recursos naturais fundamentais para a manutenção da vida no planeta está em seu limite de utilização. A procura do líquido por habitante tem se tornado cada dia maior e menos proporcional à capacidade de oferta, gerando a situação que é chamada por especialistas pelo nome de estresse hídrico. Esta denominação também é utilizada quando uma pessoa tem acesso a uma quantidade de água inferior a 1000 m³ de água, encontrando dificuldades sérias para suprir as suas necessidades diárias.
Se levarmos em conta que a população do planeta já ultrapassa os 7 bilhões e que, obviamente, os recursos hídricos não se multiplicam com maior rapidez apenas porque existem mais seres humanos na Terra, é fácil entender as dificuldades que se desenham no horizonte quando o assunto é o acesso à água. Apenas 3% de toda a água do planeta é doce e esta disponível para o consumo. O recurso acaba ainda atendendo a outros usos, como a agricultura, a indústria e também as atividades domésticas, muitas vezes, de maneira pouco responsável ou sustentável.
Alguns resultados desta falta de cuidado com os recursos hídricos já podem ser sentidos em diferentes regiões do globo. Em 2012 a empresa britânica de consultoria de risco Maplecroft realizou um estudo para verificar a pressão pela demanda de água em 160 países. As conclusões mostraram que em algumas localidades em desenvolvimento como China e Índia e também os economicamente poderosos Estados Unidos já têm áreas e setores da economia nos quais a demanda por água é maior do que a oferta.
O relatório divulgado pela consultoria deixou claro, ainda, que o cenário de estresse hídrico vem se mostrando mais grave em países mais pobres ou marcados por históricos de conflitos militares – caso dos países do Oriente Médio e África. Nestes países, o acesso à água potável pode ser considerado estratégico e, muitas vezes, é uma ferramenta utilizada para a manutenção do poder por grupos e facções.
Em alguns dos maiores produtores de petróleo do mundo, como Kwait e Arábia Saudita, a escassez de água vem se tornando crítica há gerações. Primeiro colocado na lista de 10 países em “risco extremo” de falta d´água, Bahrein, no Golfo Pérsico, usa águas subterrâneas para a prática da horticultura. O líquido gerado, porém, emerge em quantidade insuficiente para atender toda a população e a deterioração dos lençóis subterrâneos de água já é uma das principais preocupações nacionais.
Diante deste cenário, é importante que o máximo de consciência sobre o estresse hídrico se transforme em atitudes de menos desperdício e de cuidado com a água. Agindo desta maneira, todos estarão colaborando para que tenhamos este recurso em quantidade suficiente, garantindo uma vida digna e saudável às próximas gerações e a todo o planeta.