As fontes de energia estão potencialmente sujeitas aos impactos das mudanças climáticas. Secas prolongadas, tempestades e, também, outros fenômenos, como tsunamis, furacões e terremotos em alta escala, representam um risco, já que podem prejudicar a geração e a distribuição de eletricidade.
Apesar do problema, um relatório divulgado pelo Conselho Mundial de Energia (CME) em junho, intitulado “Mudanças climáticas: mudanças para o setor energético”, produzido pela Universidade de Cambridge em parceria com a Fundação Européia do Clima, revelou que poucos países que avaliam as consequências das mudanças climáticas na hora de fazer investimentos de infraestrutura energética.
O documento aponta que o setor apresenta apenas ações de redução de emissões de gases do efeito estufa. No entanto, alerta que só isso não é suficiente e que é necessário, entre outras coisas, diversificar as fontes de energia, em especial a promoção de mais instalações renováveis e nucleares.
Neste sentido, o relatório aponta que é preciso redirecionar os investimentos a fim de buscar uma maior resiliência climática. A título de exemplo, o documento cita a modernização de termoelétricas, que apesar de mitigar as emissões, deveriam focar na melhoria dos sistemas de resfriamento: assim se utilizaria menos água, um recurso cada vez mais precioso.
Além disso, o conteúdo traz a necessidade da multiplicação de smart grids, já que estas permitem uma grande eficiência energética e facilitam os consertos em caso de quedas no sistema devido a eventos extremos.
Brasil é alvo de análise da EIA
No mesmo período, a Administração de Informação sobre Energia (EIA) dos Estados Unidos, divulgou uma análise destacando a dependência do Brasil das hidroelétricas. De acordo com os dados, a energia do país conta com 75% de participação de hidroeletricidade.
A EIA destaca ainda que o Brasil enfrenta um grande problema por ter usinas distantes dos centros de consumo. Ou seja, a energia gerada na Amazônia, por exemplo, precisa ser transmitida por milhares de quilômetros até chegar no Sul e Sudeste.
Outro ponto de atenção na análise é a de que o país está enfrentando sua pior seca dos últimos 40 anos, o que já teria contribuído para apagões em muitas regiões e racionamentos, o que demonstra a dependência.