A Amazônia, após o Pantanal e o Cerrado, também registrou o maior número de queimadas no primeiro semestre deste ano em duas décadas. Segundo dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram detectados 14.250 focos de calor no bioma até o dia 7 de julho, um aumento de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), explica que, apesar dos focos de calor gerarem um alerta, é necessário conhecer o tamanho da área queimada para mensurar o real estrago. Ele destaca que Roraima é o Estado em situação mais crítica dentro do bioma amazônico atualmente, concentrando 33% das detecções de fogo por satélites, o maior número desde o início da série histórica em 1998.

A estação seca prolongada do ano passado, que se estendeu até março deste ano em Roraima, juntamente com a antecipação da temporada seca atual, criaram condições propícias para a propagação do fogo. O Mato Grosso, que abrange os biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal, também apresentou o maior número de focos de incêndio de todo o país, batendo um recorde de vinte anos.

Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), explica que o déficit hídrico do ano passado no bioma, combinado com a antecipação da estação seca neste ano, deixou a vegetação altamente inflamável. Diante desse cenário, o Ibama intensifica as operações para o segundo semestre, focando principalmente no cinturão do desmatamento, onde a área degradada é propícia para os incêndios.

O governo do Mato Grosso afirma estar investindo R$ 74 milhões em ações de combate ao desmatamento ilegal e incêndios florestais, incluindo capacitação de brigadistas e bombeiros, monitoramento em tempo real dos focos de queimadas, construção de açudes e perfurações de poços, além da substituição de pontes de madeira por concreto.

A situação alarmante na Amazônia exige medidas urgentes e eficazes para conter o avanço das queimadas e preservar esse bioma de importância global.

Com informações de: G1