Mais um aliado ao combate do coronavírus.
A pandemia tem durado mais do que a maioria de nós imaginávamos. Os pesquisadores continuam buscando novas formas de combate ao coronavírus, e a grande novidade é um teste que detecta a presença do vírus pela amostra de saliva.
Engenheiros do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e da Universidade de Harvard desenvolveram um pequeno dispositivo de mesa que pode detectar SARS-CoV-2 em uma amostra de saliva em cerca de uma hora. Em um novo estudo, eles mostraram que o diagnóstico é tão preciso quanto os testes de PCR já conhecidos, que exigem cotonetes nasais (um recurso nada sustentável, diga-se de passagem) e levam mais tempo e significativamente mais hardware e manipulação de amostras para produzir resultados.
Os pesquisadores projetaram o dispositivo, que eles chamam de SHERLOCK minimamente instrumentado (miSHERLOCK), de modo que pode ter até quatro módulos, cada um procurando por uma sequência diferente de RNA alvo. O módulo original contém fitas-guia de RNA que detectam qualquer cepa de SARS-CoV-2.
Para o estudo, os pesquisadores primeiro testaram seu dispositivo com saliva humana enriquecida com sequências de RNA sintético SARS-CoV-2 e, em seguida, com cerca de 50 amostras de pacientes que tiveram resultado positivo para o vírus.
O novo diagnóstico, que conta com a tecnologia CRISPR, pode ser montado por cerca de 15 dólares, mas esses custos podem cair significativamente se os dispositivos forem produzidos em grande escala, dizem os pesquisadores.
E as variantes?
O dispositivo também pode ser usado para detectar mutações virais específicas ligadas a algumas das variantes do SARS-CoV-2 que estão circulando cada vez mais. Pelo resultado também pode ser obtido em uma hora, torna-se muito mais fácil rastrear diferentes variantes do vírus, especialmente em regiões que não têm acesso a instalações de sequenciamento genético.
“Demonstramos que nossa plataforma pode ser programada para detectar novas variantes que surgem e que poderíamos reaproveitá-la rapidamente”, diz James Collins, o Termeer Professor de Engenharia Médica e Ciência no Instituto de Engenharia Médica e Ciência do MIT (IMES) e Departamento de Engenharia Biológica. “Neste estudo, visamos as variantes do Reino Unido, África do Sul e Brasil, mas você poderia adaptar prontamente a plataforma de diagnóstico para tratar da variante Delta e outras que estão surgindo.”
A variante Delta ainda não estava difundida quando os pesquisadores realizaram este estudo, mas como o sistema já está construído, eles dizem que deve ser simples projetar um novo módulo para detectar essa variante. O sistema também pode ser facilmente programado para monitorar novas mutações que podem tornar o vírus mais infeccioso.
Resultados direto no aplicativo
O dispositivo produz uma leitura fluorescente que pode ser vista a olho nu, e os pesquisadores também desenvolveram um aplicativo para smartphone que pode ler os resultados e enviá-los aos departamentos de saúde pública para facilitar o rastreamento e mapeamento dos casos e das variantes.
Vamos torcer para que a tecnologia do novo dispositivo seja utilizada no Brasil, se tornando mais uma opção segura no combate ao coronavírus.